Na preparação para as eleições de outubro, as pesquisas vão despertando cada vez mais interesse público. Dados reunidos pelo Google Trends a pedido do Pulso, do jornal O Globo, mostram as principais dúvidas que os brasileiros têm em 2022 sobre as pesquisas eleitorais. O Pulso está respondendo a algumas das perguntas mais buscadas no Google sobre o tema para ajudar os leitores a entender como funcionam as sondagens de opinião pública. Dentre as principais questões dos usuários nesse contexto, estão dúvidas sobre como funcionam as porcentagens e os pontos percentuais. Vamos responder a duas das questões mais feitas ligadas ao tema.
Qual a diferença entre porcentagem e ponto percentual?
Assim como em qualquer cenário de estatística, vale alertar para a distinção entre porcentagem e ponto percentual nas pesquisas eleitorais.
A porcentagem (ou percentual) é a fração de uma grandeza em relação a uma outra, avaliada sobre cem. Ou seja. Num cenário hipotético: se 363 pessoas, dentre os 895 entrevistados de uma pesquisa fictícia, dizem que vão votar no candidato X, são pouco mais de 40,55% de votos totais neste candidato (os votos válidos veremos logo a seguir).
Já o ponto percentual é a diferença, em valores absolutos, entre duas porcentagens diferentes. Por exemplo, uma intenção de voto em determinado candidato que passa de 6% para 12% aumenta seis pontos percentuais — ou então sobe 100%, dobrando seu valor percentual. Na prática, os pontos percentuais são importantes para acompanhar diferenças e alterações, sendo muito úteis para entender como evoluem diferentes pesquisas ao longo do tempo.
Quantos pontos percentuais são necessários para ganhar no primeiro turno?
Nas eleições para cargos executivos no Brasil (presidente, governador e prefeito), que são majoritárias, o que conta é na verdade a porcentagem, que vai definir a maioria absoluta. Ou seja, só sai vencedor no primeiro turno o candidato que conseguir 50% dos votos válidos mais um. Matematicamente, isso significa que, ao desconsiderar votos em branco, nulos e inválidos, quem obtiver a maioria absoluta (50%+1) de votos no primeiro turno já é vencedor. No contexto das pesquisas eleitorais, mesmo que um candidato apareça com, por exemplo, 46% dos votos totais, essa porcentagem pode já ser suficiente para indicar que ele teria a metade mais um dos votos válidos, dependendo de como está a margem de erro e qual a soma das respostas que não contam — ou seja, a dos que respondem “não sabe”, “não respondeu” ou “nenhum candidato”.
O que dizem as pesquisas eleitorais hoje? O Pulso te mostra
No meio de tanta informação desencontrada por aí, o Pulso divulga e analisa os resultados das mais importantes pesquisas eleitorais do mercado — como Ipec, Datafolha, Quaest, Ideia e Ipespe — e ajuda a elucidar dúvidas sobre pesquisas e temas de opinião pública importantes para a política e para a sociedade.