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O senador Sergio Moro (União Brasil-PR), autor do projeto - Foto: Pedro França/Agência Senado
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quarta-feira 21 de junho de 2023 às 16:00h

Por que Sergio Moro venceu Cristiano Zanin em sabatina no Senado

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Segundo o colunista Matheus Leitão, da Veja, Cristiano Zanin sairá vitorioso nesta quarta (21) no Senado, Casa legislativa que aprovará seu nome para o Supremo Tribunal Federal. Mas não venceu o esperado embate com Sergio Moro, que condenou e mandou prender Lula, para quem – muito bem, diga-se de passagem – advogou.

É que, em vez de só perguntar sobre a relação com o presidente da República ou como será a atuação em eventuais processos da Lava Jato, o ex-juiz foi buscar um trecho do livro de Zanin sobre a regulação da imprensa.

É um tema sensível, que já gerou inúmeros embates entre a esquerda e a direita no Brasil.

No meio das 14 perguntas que fez, incluindo o lamentável uso de uma fake news já conhecida sobre o ex-advogado, Moro desenterrou trecho de um livro no qual Cristiano Zanin defende sim a criação de órgão regulador da imprensa.

“O Brasil, lamentavelmente, é um terreno fértil para a publicação de reportagens falsas, caluniosas e difamadoras, uma vez que não instituiu um Conselho de Imprensa ou qualquer outro meio eficaz para receber denúncias relativas às condutas ilícitas praticadas pelos veículos de comunicação. Logo, não são aplicadas as devidas sanções àqueles que fazem da calúnia e da difamação um meio de vida”, diz o trecho do livro de Zanin.

Mesmo se dizendo um veementemente defensor da liberdade de imprensa – um direito fundamental, segundo ele -, o futuro ministro do STF não repetiu o que havia dito no livro. Ao contrário. Recuou.

Na sua resposta, disse que, na verdade, só usou um exemplo internacional.

“Na verdade, a referência, nesse trecho do livro, [buscava] fazer foi uma análise comparativa com leis de outros países. Nesse caso, em particular, com a legislação inglesa, que disciplina a questão da utilização da prova na mídia durante o processo. Não defendemos ali o modelo, mas sim colocamos em discussão alguma ideias, a partir da legislação internacional”.

Ora, claramente não foi só isso o que Zanin afirmou nessa parte do seu livro “Lawfare: uma introdução”, publicado em 2019.

Se nas outras explicações o advogado engoliu Sergio Moro, nesta isso não aconteceu. Mas é que bastava uma para o atual senador se sair vitorioso. Até porque, agora o holofote está no futuro do ministro do Supremo, e não mais no ex-juiz da Lava Jato e foi considerado imparcial para o bem da Justiça brasileira.

O mundo realmente dá voltas.

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