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O britânico Peter Rawlinson trabalhou na Jaguar e na Lotus antes de ser contratado, em 2009. como chefe de engenharia da Tesla para desenvolver o Model S, primeiro carro de sucesso da marca. Em 2016 foi, segundo a revista Quatro Rodas, para a Lucid Motors, outra fabricante de carros elétricos, que comandou de 2019 até o mês passado. Mas sua opinião sobre os carros elétricos atuais é um tanto dura.
“A maioria dos carros elétricos hoje em dia são lixo”, disse Rawlinson em entrevista à Autocar, às vésperas de deixar o cargo de CEO da Lucid para assumir uma nova função técnica de consultoria estratégica no conselho da empresa. O posicionamento duro também foi uma forma de destacar os carros da Lucid.
A crítica de Rawlinson é sobre a forma como a maioria dos fabricantes lida com a eficiência de seus carros. Em vez de otimizarem a eficiência dos seus carros, escolhem baterias maiores (e mais pesadas) para garantir que seus carros tenham a autonomia desejada.
“Você pode atingir a autonomia de duas maneiras. Uma é o tamanho da bateria e a outra é a eficiência”, disse Rawlinson. “Não é apenas uma questão de tornar um carro mais eficiente, pois ele está usando menos energia do mundo e também está usando menos recursos de bateria e minerais”, completou.
A bateria também é o componente mais caro de um carro elétrico. Otimizar a eficiência também pode ajudar a reduzir o preço final do carro, em teoria, e o executivo diz que enquanto as marcas não pensarem na eficiência para diminuir o tamanho das baterias elas não conseguirão fazer carros elétricos mais baratos.
O foco da Lucid vem sendo o desenvolvimento de componentes elétricos mais eficientes. Seus carros usam um conjunto proprietário de motor integrado com o inversor de energia com consumo otimizado, em vez de apostar no desenvolvimento de baterias – que compra de LG Chem, Panasonic e Samsung.
Foto: Lucid/DivulgaçãoRawlinson explica o foco da empresa: “Todo mundo fala sobre eficiência de bateria, mas eficiência de bateria quase não existe. É um nome impróprio. É loucura. É um pouco como dizer ‘eficiência de gasolina’. ‘É a Shell ou a Aramco?’ Isso seria ridículo, mas é disso que estamos falando”.
A maior referência em autonomia entre os modelos da Lucid é o sedã Lucid Air Pure, que percorre até 675 km com uma carga da sua bateria de 84 kWh. Dá 8 km para cara kW, o que é considerado o melhor consumo de carros elétricos na atualidade. Esta versão tem um motor elétrico traseiro de 430 cv e vai de 0 a 100 km/h em 4,7 s. É a versão de entrada do Lucid Air e custa a partir de US$ 69.900 – R$ 408.000 no câmbio atual.
“Ele usa menos combustível para ir de A a B, seja qual for o seu combustível, do que qualquer carro de produção em massa nos 130 anos de história do automóvel. Ninguém mais chega nem perto disso em termos de quão avançada é sua tecnologia”, defende Rawlinson se referindo ao Air Pure.
“Essa é a diferença com um carro a gasolina, onde eficiência significa baixo desempenho. Com os carros elétricos acontece o contrário, quanto mais eficientes eles forem, melhor será o desempenho, pois não há perda de energia na forma de calor ao converter energia em borracha queimada. Então tudo o que todos aprenderam sobre carros está errado”, completa o executivo.
É claro que ele está defendendo o produto que vende. Contudo, é um ponto de vista diferente e isso vem tornando a Lucid uma rival de peso para os carros da Tesla nos Estados Unidos.
