A montadora norte-americana Ford decidiu vender seu complexo industrial de Camaçari, na Bahia, ao Governo do Estado — e não diretamente à fabricante de veículos elétricos BYD.
Em nota, a empresa diz que o “processo seguirá a legislação vigente, que prevê posterior indenização para a empresa em valores compatíveis com o mercado. O acordo tem a finalidade de simplificar e agilizar o processo de transição de propriedade da fábrica, contribuindo para geração de valor ao Estado e à comunidade baiana”. Até o momento, os valores da negociação não foram divulgados.
E o que levou a tradicional montadora americana a vender suas propriedades ao governo — e não à empresa chinesa?
- É mais fácil concretizar a transação com o Estado da Bahia, visto que acordos de grande porte entre empresas privadas são complexos e burocráticos.
- Com o anúncio, a BYD poderá concluir a aquisição junto ao Poder Público e acelerar a implantação das três fábricas previstas para a Bahia. O motivo da construção de unidades distintas se explica pelo método segmentado dos veículos.
- Uma das fábricas será dedicada à produção de chassis para ônibus e caminhões elétricos;
- a outra vai produzir automóveis híbridos e elétricos, com capacidade estimada em 150 mil unidades ao ano — em sua primeira fase;
- a terceira fábrica, pensada para o processamento de lítio e ferro fosfato, atenderá o mercado externo e utilizará a estrutura portuária local.
A BYD prevê um investimento de R$ 3 bilhões na Bahia, somados os custos com a aquisição das plantas industriais. Isso deve gerar mais de 5 mil empregos diretos e indiretos no segundo semestre de 2024.
A empresa de tecnologia chinesa, maior fabricante de automóveis elétricos do mundo, produzirá cinco veículos no complexo baiano, entre os quais o Dolphin; o híbrido Song; uma picape; e o elétrico subcompacto Seagull, que tem o porte do Ford Ka, produzido no país até 2021. O quinto produto seria um modelo inédito.