A Petrobras não divulgou nesta última sexta-feira (5), como havia prometido, o reajuste do gás de cozinha, que, no Distrito Federal, já custa mais de R$ 100 o botijão. A decisão contraria a política de preços da estatal, que prevê anúncio do preço do Gás Liquifeito de Petróleo (GLP) residencial nas refinarias a cada dia 5 de fechamento de trimestre. O novo valor só será revelado na semana que vem. Para especialistas, o objetivo da postergação é evitar o impacto do aumento nas eleições e o uso político da companhia.
Nos bastidores, circula a informação de que o Grupo Executivo de Mercado e Preços (Gemp) chegou a levar a fórmula de reajuste à diretoria, que teria pedido mais estudos em função da alta volatilidade do câmbio e do petróleo, variáveis que compõem o preço do GLP. Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, a decisão da companhia foi acertada. “O reajuste é trimestral, mas leva em conta os últimos 12 meses. Tivemos, no período, uma oscilação cambial muito grande, sem justificativa a não ser o quadro eleitoral do país. É difícil precificar isso”, comenta.