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sexta-feira 6 de novembro de 2020 às 07:49h

Ponte Salvador–Itaparica será assinada em alguns dias e irá gerar milhares de empregos

DESTAQUE, NOTÍCIAS


A previsão é que sejam gerados mais de 8 mil empregos durante as obras da ponte em um investimento de R$ 5,4 bilhões

O prazo para a assinatura do contrato de concessão para a construção do Sistema Rodoviário Ponte Salvador-Ilha de Itaparica será assinado na próxima quinta-feira (12).

Segundo informações do governo da Bahia, o objetivo é construir uma ponte de 12,3 quilômetros entre a capital Salvador e a Ilha de Itaparica, que deverá encurtar a viagem dos atuais 90 minutos para aproximadamente 30 minutos, além de facilitar o acesso entre capital e o litoral sul do Estado.

Eficiência logística

O território de identidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS) é formado por 10 municípios: Salvador, Camaçari, Lauro de Freitas, Simões Filho, Dias D’ávila, Candeias, Madre de Deus, Itaparica, Vera Cruz e Salinas das Margaridas.

Juntos, esses municípios formam um dos centros urbanos mais relevantes do país e abrigam o segundo maior polo industrial do Norte e do Nordeste do Brasil. É também na Região Metropolitana de Salvador que se encontra um mercado pujante que, nos últimos anos, com a ascensão da chamada “classe C”, vem elevando seu padrão de consumo e já possui um PIB que supera os R$ 64 bilhões.

Um fator curioso ao pensarmos nos municípios da RMS é que, apesar de tão próximos, apenas Vera Cruz e Itaparica não estão conectados diretamente à capital através de uma malha rodoviária eficiente.

Ao redor do mundo, as pontes já funcionam como um vetor de “vascularização” das grandes metrópoles, trabalhando como vias alternativas para integrar centros urbanos e permitir o fluxo de pessoas e cargas com maior fluidez. No caso de Salvador, essa necessidade é ainda mais urgente se pensarmos na característica peninsular da RMS, que não dispõe de uma saída terrestre para a conexão em direção ao sul e ao oeste.

É a partir dessa perspectiva que a Ponte Salvador – Ilha de Itaparica se apresenta como alternativa para resolver esse estrangulamento logístico.

Gargalos logísticos

A limitação geográfica que o oceano e a Baía de Todos-os-Santos impõem à região contribui para a criação de um gargalo logístico. Sem uma alternativa para ligação da RMS à toda região sul e oeste do Estado, a BR-324 acaba por concentrar todo o fluxo destinado a essas regiões, além de parte do tráfego da região Norte.  Isto faz com que um veículo com destino ao Sul se desloque cerca de 100 Km na direção oposta até o entroncamento de Feira de Santana, para depois, então, tomar o rumo pretendido.

Esta volta impacta significativamente no tráfego na rodovia, gerando congestionamentos e lentidão. Na saída de Salvador, por exemplo, o fluxo diário de veículos na BR-324 já passa de 40 mil por dia, valor próximo à capacidade máxima da via.

Benefícios da Ponte

Para a logística do Estado, a Ponte Salvador – Ilha de Itaparica apresenta inúmeros benefícios, que vão desde a diminuição das distâncias até uma melhoria significativa na qualidade de vida da região, com redução de tempo e custos de deslocamento para os municípios afetados.

Um bom exemplo da redução de distâncias que a Ponte trará pode ser visto no deslocamento entre as cidades de Santo Antônio de Jesus e Salvador. Atualmente, esse trajeto chega a durar 170 minutos. Após a construção da Ponte, o tempo deverá ser reduzido para cerca de 75 minutos.

Mais do que a Ponte, o plano da macroárea tem como principal objetivo permitir um novo vetor de desenvolvimento urbano, pois engloba também o fechamento do anel viário do Recôncavo, integrando toda a região com a construção do empreendimento, duplicação da BA-001 na Ilha e da Ponte do Funil, construção da ligação entre Santo Antônio de Jesus e Castro Alves e qualificação da infraestrutura viária regional.

Além disso, a proposta é permitir uma integração direta com outras obras importantes na capital, como a Via Expressa e a duplicação do Porto de Salvador. A nova conexão também beneficiaria o Porto de Aratu e os estaleiros do Paraguaçu, e integraria toda uma região que atualmente concentra mais de 80% do comércio exterior da Bahia.

Integradas, obras como a Ponte Salvador-Ilha de Itaparica, o Porto Sul e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste vão redesenhar a logística do Estado, permitindo novas alternativas de crescimento e desenvolvimento até o próximo século.

Desenvolvimento urbano

A Região Metropolitana de Salvador, devido às limitações geográficas, vem crescendo primordialmente em direção ao Norte. Segundo o IBGE, o número de habitantes da região metropolitana norte cresceu 3,22% ao ano entre 2000 e 2010, enquanto a cidade de Salvador cresceu somente 0,91% ao ano no mesmo período. Outro dado que mostra o deslocamento das pessoas e investimentos para esta área é o número de novas unidades habitacionais. Em Lauro de Freitas, uma cidade que serve de moradia para 6% da população de Salvador, foram lançadas 4.300 novas unidades em 2011, 40% dos lançamentos registrados em Salvador.

O crescimento unidirecional acelerado contribui para a perda da função do centro antigo da capital e intensifica alguns problemas urbanos, como, por exemplo, o trânsito. Isso é facilmente evidenciado com o tráfego na Avenida Paralela, que já supera os 200 mil veículos por dia. Esses fatores ainda devem ser amplificados durante os próximos anos, com a redução da pobreza e mudanças da pirâmide etária impulsionando a demanda por novas moradias e por mais transporte individual.

Do outro lado, a Ilha de Itaparica também está longe de uma situação ideal. Apesar da baixa ocupação com pouco mais de 60 mil moradores, o local apresenta alguns problemas urbanos típicos. Dentre os principais desafios está a necessidade de melhoria da infraestrutura básica local, como mobilidade, saúde, segurança e educação.

A ilha atualmente apresenta ocupação urbana em apenas 11% do seu território, apesar de possuir uma área adicional de quase 50 milhões de metros quadrados (20%) já antropizada e com potencial de urbanização. Isso significa que mesmo com o desenvolvimento urbano, quase 70% da ilha pode vir a ser melhor preservada.
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Para o crescimento urbano ordenado, estão sendo preparadas diversas inciativas críticas, como:

– Revisão dos Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Itaparica e Vera Cruz;
– Criação de planos urbanísticos municipais e intermunicipais;
– Elaboração do plano de saneamento;
– Análise dos impactos urbanos e de vizinhança;
– Investimentos em infraestrutura básica para a região.

Dessa forma, a Ponte, aliada às iniciativas urbanísticas previstas, dará a Itaparica e Vera Cruz a condição inédita de serem cidades baianas planejadas, melhorando a qualidade de vida da população local.

Desenvolvimento socioeconômico

Historicamente, os grandes investimentos da Bahia foram direcionados para a região ao Norte da RMS e Recôncavo Norte. Essa tendência intensificou-se a partir da década de 1950, com a atração de grandes investimentos, como a Refinaria Landulpho Alves, o Terminal de Madre de Deus (Temadre), o Centro Industrial de Aratu e o Polo Petroquímico de Camaçari.

Tais investimentos direcionaram o desenvolvimento do Estado para essas regiões, evidenciados através de indicadores como o PIB per capita, por exemplo. Enquanto na RMS e Recôncavo Norte este índice atinge R$18.630 e R$61.912, respectivamente, no Baixo Sul e Recôncavo sul caem drasticamente para R$7.833 e R$6.612.

Outros indicadores, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), saneamento básico e coleta de lixo também apresentam diferenças significativas, reforçando a necessidade de priorizar o desenvolvimento do Baixo-Sul e Recôncavo Sul baianos.

A partir da Ponte, serão criadas novas vantagens competitivas para estas regiões, surgindo um novo vetor de expansão e desenvolvimento do estado. Com isso, novas empresas terão interesse em se instalar na região e os negócios locais atuais poderão aumentar seus investimentos.

Este fenômeno impulsionará a arrecadação dos municípios, permitindo investimentos em obras e serviços públicos, aumentando a qualidade de vida e abrindo novas oportunidades para a população local.

Como já foi dito, o Governo também avançará no plano de desenvolvimento socioeconômico para a macroárea de influência da Ponte. Este plano envolve uma série de iniciativas, como o diagnóstico socioeconômico dos municípios envolvidos, definição da sua vocação, identificação das principais necessidades de infraestrutura local, criação de um plano de capacitação de mão-de-obra local e elaboração de um programa de atração de empresas âncora.

Todos esses esforços estão sendo realizados para garantir que o projeto tenha o máximo de eficiência e traga maior benefício para milhões de pessoas.

Visão geral da ponte

Não importa o lugar, a forma, a estrutura ou a distância. Uma ponte sempre é vista como um marco, uma construção que traz novas perspectivas de desenvolvimento, aproxima pessoas e integra mundos antes afastados.

Promover essa integração entre regiões é uma possibilidade real no Estado da Bahia. Separadas por 12km sobre o mar, a capital Salvador e a Ilha de Itaparica estão mais isoladas entre si do que a distância aparente indica.

A construção de uma ponte ligando esses dois pontos aproxima não apenas a capital à ilha, mas abre novas possibilidades para diversas regiões do estado, como o sul do Recôncavo, Baixo Sul, Oeste da Bahia, além de todo o litoral sul e Região Metropolitana.

Como pode ver, para promover a integração de todas essas regiões, também serão realizados diversos investimentos adicionais na infraestrutura viária da região, incluindo:

• Construção dos acessos viários na ilha e cidade de Salvador;
• Redefinição do traçado da BA-001 na Ilha de Itaparica;
• Duplicação da Ponte do Funil, entre Vera Cruz e Jaguaripe;
• Requalificação da BA-001 e BA-046 até Santo Antônio de Jesus;
• Construção de trecho de rodovia (aproximadamente 58km), entre Santo Antônio de Jesus e Castro Alves;
• Requalificação da ligação viária entre Castro Alves e a BR-116;
• Novas avenidas em Salvador.

A Ponte Salvador–Ilha de Itaparica será projetada de forma a permitir melhores condições de mobilidade e alto nível de serviço no longo prazo. Segundo os estudos preliminares, a Ponte deverá ter aproximadamente 12 km de extensão, por 32m de largura, o que permite a criação de seis faixas de tráfego e duas pistas de acostamento. Seu traçado deve partir das proximidades do Porto de Salvador e se estender até a região de Gameleira na Ilha de Itaparica.

A proposta inicial prevê que a Ponte deve permitir a ampla navegação na Baía de Todos-os-Santos (BTS) e o acesso ao Porto de Salvador. Há ainda a possibilidade de uma alternativa para o transporte de massa, que terá a viabilidade analisada nos estudos de engenharia.

Além disto, a Ponte será idealizada como uma obra de arte destinada a durar um século, com padrões estéticos compatíveis com a preservação paisagística da Baía de Todos-os-Santos e seguindo os padrões arquitetônicos mais modernos.

O projeto, de uma forma mais ampla, ainda contempla diversos estudos de infraestrutura regional, urbanísticos, de impacto ambiental e cultural e a criação de um plano de desenvolvimento socioeconômico para toda a macroárea, com foco no Recôncavo e Baixo Sul. Essas iniciativas são fundamentais para o desenvolvimento planejado da região e minimização dos impactos ambientais do projeto.

Projeto para construção da ponte começou em 1967

Cogitada desde a década de 1960 para fazer a conexão entre ilha e continente, a Ponte Salvador – Ilha de Itaparica foi, por muitas vezes, pauta de discussão, mas nenhuma iniciativa foi colocada em prática. Faltava, até agora, o compromisso de executar um projeto complexo, de grande porte e que beneficiará significativamente diversas regiões do Estado.

Ainda em 1967, no Plano Diretor do Complexo Industrial de Aratu – CIA, o arquiteto Sérgio Bernardes propôs uma ponte para conectar Salvador e a Ilha de Itaparica, formando o anel viário.

Ainda em 1967, no Plano Diretor do Complexo Industrial de Aratu – CIA, o arquiteto Sérgio Bernardes propôs uma ponte para conectar Salvador e a Ilha de Itaparica, formando o anel viário.

Ao colocar a Ponte como prioridade, sem desconhecer seus impactos no desenvolvimento urbano, social e econômico, além da preocupação com o meio ambiente, o Governo do Estado deu o primeiro passo para concretizar o sonho de tantos baianos.

Em 2010, o Governo anunciou um PMI – Processo de Manifestação de Interesse para que empresas interessadas realizassem estudos de viabilidade técnica, ambiental, econômico-financeira e jurídica, a fim de estruturar um anteprojeto de construção e concessão da Ponte Salvador–Ilha de Itaparica e todo o sistema viário acessório.

Os interessados entregaram os estudos preliminares em 2011, dando início à fase de avaliação por parte de uma equipe técnica do Governo, formada por especialistas de diversas Secretarias.

O ano seguinte foi dedicado à análise e aprofundamento destes dados, assim como definição de como conduzir os próximos passos. A partir daí, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Planejamento – Seplan, contratou uma consultoria de gestão com vasta experiência em grandes projetos de infraestrutura e desenvolvimento urbano em diversas cidades no mundo, para auxiliar o Governo na estruturação do projeto.

As atribuições da consultoria contratada englobam: realização da modelagem econômico-financeira da concessão, criação de plano de desenvolvimento regional, coordenação integrada dos estudos técnicos, estruturação da gestão do projeto e elaboração da governança para implementação. Tudo isso objetivando otimização dos investimentos de recurso público e do benefício para a sociedade, sempre sob a coordenação do Poder Executivo.

Com a finalidade de articular, desenvolver e executar ações para implantação do Projeto, o Governo do Estado instituiu um Comitê Executivo e um Grupo de Trabalho Executivo ainda no início de 2013. O Comitê Executivo criado é formado pelo seu coordenador, o Secretário de Planejamento, e também pelos Secretários da Casa Civil, Fazenda, Infraestrutura, Desenvolvimento Urbano e também o presidente da Agência de Fomento do Estado da Bahia (DESENBAHIA). Já o Grupo de Trabalho Executivo (GTE) é formado por um representante das Secretarias do Planejamento, Casa Civil, Fazenda, Infraestrutura, Desenvolvimento Urbano e também um representante da DESENBAHIA.

Diversos estudos já foram licitados, e atualmente o estudo de impacto ambiental e as sondagens do fundo da Baía de Todos os Santos já se encontram em andamento. Estão previstos ainda estudos de engenharia/projeto básico, hidráulica marítima, estudo de impactos culturais e imateriais e ainda estudos urbanísticos para a Ilha de Itaparica.

Após assinado o contrato, as obras devem ser concluídas no prazo entre 48 e 60 meses.

Chineses desembarcam para assinar contrato da ponte Salvador-Itaparica e iniciarem obras

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um comentário

  1. Imaginem ainda vai assinar a autorização ou contrato no dia 12/11/2020, e a ponte já tinha a necessidade de ser construída em 1967, pasmem como os nossos Governantes são prestativos; ao invés de construir a ponte preferiu privatizar o trecho São Joaquim – Bom Despacho. Será que foi bom para quem esta opção? Para a população sei que não foi. Mas alguém levou vantagem nisso aí. Bem em cima das eleições o Governador anuncia que vai assinar a construção da ponte, porquê será que ele escolheu está data?

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