Dezenas de milhares se reuniram neste último domingo (10) em grandes cidades de toda a Polônia – inclusive Varsóvia, Cracóvia e Poznań – para se manifestar segundo o DW, em prol da filiação do país à União Europeia.
Trata-se de uma reação à recente deliberação de um tribunal superior de que a Constituição polonesa teria primazia sobre algumas leis da UE. Críticos do governo do partido nacionalista de direita Lei e Justiça (PiS) temem que a sentença possa resultar na saída da Polônia do blocou europeu, já apelidada “Polexit”.
O principal líder oposicionista do país, Donald Tusk, foi quem convocou o protesto em defesa da permanência da Polônia no bloco de 27 países. “Temos que salvar a Polônia, ninguém fará isso por nós”, tuitou o ex-presidente do Conselho Europeu antes das manifestações.
Ameaça de Polexit – ou expulsão
O correspondente da DW Jack Parrock, que acompanhou a passeata na Praça do Castelo, no centro de Varsóvia, confirma que o manifestantes enviaram uma mensagem clara de que querem permanecer na UE.
“Lá em 2003, quando a Polônia assinou os tratados para integrar a UE, houve cenas semelhantes nesta mesma praça, agitavam-se bandeiras da UE, mas o clima era de júbilo. Desta vez há apreensão e a reivindicação de que o governo volte atrás na campanha para tentar manter a Constituição polonesa acima de certas partes da lei europeia”, relatou Parrock.
Na última quinta-feira, o Tribunal Constitucional da Polônia declarou diversos artigos dos tratados da UE “incompatíveis” com a lei nacional. Poloneses pró-Bruxelas temem que, após essa decisão judicial, o país acabe sendo forçado a definir se quer renunciar à filiação à UE, ou mesmo ser expulso dela.