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sexta-feira 31 de janeiro de 2025 às 17:02h

Pólo Norte magnético se desloca do Canadá rumo à Sibéria

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Para uma navegação precisa, aviões, navios e dispositivos GPS precisam de dados de localização exatos. No entanto, o campo magnético da Terra tem se comportado de forma inesperada.A bússola aponta para o norte – isso é fato. Mas onde exatamente fica o Polo Norte magnético é algo que há muito não se sabe mais ao certo. A cada ano, ele se move vários quilômetros, o que tem sérias implicações para a navegação global. Mesmo os menores desvios podem deslocar as coordenadas da destinação em centenas de quilômetros.

Como se forma o Polo Norte magnético?

O campo magnético da Terra tem origem nas profundezas do planeta, onde enormes correntes de ferro fundido se movem entre o núcleo e o manto terrestres. Elas são mantidas em constante movimento graças à rotação da Terra. Esse movimento produz correntes elétricas, criando um campo magnético com dois polos: o norte e o sul.

Entretanto, como esse processo no interior do planeta está em constante movimento, o campo magnético também muda. Quando essas correntes mudam ou diminuem, por exemplo, devido a um deslocamento de placas tectônicas, o polo norte magnético também se move.

Qual navegação é baseada no campo magnético da Terra?

O Modelo Magnético Mundial (WMM, na sigla em inglês), atualizado a cada cinco anos pela agência meteorológica NOAA, dos Estados Unidos, e pelo Serviço Geológico Britânico (BGS), é crucial para a navegação precisa de toda a aviação militar e civil, assim como para a orientação de navios, submarinos e dispositivos GPS mundo afora.

O WMM é usado pela Otan, pelo Departamento de Defesa dos EUA, pela Administração Federal de Aviação americana e pela Organização Hidrográfica Internacional, entre outros. Uma navegação precisa é de grande importância estratégica para a segurança, especialmente em tempos de conflito, quando nações como Rússia e China interrompem regularmente sistemas de rastreamento e navegação. Quase todos os aplicativos de mapas e bússolas, e serviços de GPS dos smartphones,são baseados no WMM.

Especialistas tiveram que esperar muito tempo por um cálculo atual. Agora, espera-se que o enfim publicado Modelo Magnético Mundial 2025 seja válido até 2029. Pela primeira vez, a publicação veio acompanhada de um segundo modelo em alta resolução, que oferece precisão direcional significativamente maior. O WMM padrão tem uma resolução espacial de cerca de 3.300 quilômetros no equador, enquanto a do modelo de alta resolução é muito mais precisa, de 300 quilômetros.

O modelo também fornece a “declinação” mundial, ou seja, o ângulo entre a direção do Polo Norte magnético e geográfico. Esse ângulo muda mais quanto mais ao norte se vai – e deve ser levado em consideração, especialmente ao navegar com uma bússola.

Para onde o Polo Norte magnético está se movendo?

No início do século 21, o Polo Norte magnético estava localizado perto da Passagem Nordeste, no Canadá, uma das rotas marítimas mais importantes do mundo. Agora ele fica muito mais ao norte, perto do Polo Norte geográfico. Em 2018, cruzou a Linha Internacional de Mudança de Data em direção ao Hemisfério Leste.

Nos últimos 20 anos ele migrou em direção à Sibériaem ritmo surpreendentemente rápido, de cerca de 50 quilômetros por ano. Mas cinco anos atrás o deslocamento anual diminuiu repentinamente para apenas 35 quilômetros. “O comportamento atual do Polo Norte magnético é algo que nunca vimos antes”, disse William Brown, do Serviço Geológico Britânico. “Esta é a maior desaceleração que já vimos.”

Por que campos magnéticos fortes são importantes?

Para a vida na Terra, não importa tanto onde os respectivos polos magnéticos estão localizados, mas sim quão fortes são. E por razões ainda desconhecidas, o campo magnético da Terra enfraqueceu 10% desde que os registros começaram, há 175 anos.

Um campo magnético fraco dificulta a orientação de animais como baleias, borboletas, tartarugas marinhas e muitas espécies de aves migratórias.

Um campo magnético forte, por outro lado, protege a Terra da radiação cósmica agressiva e dos ventos solares. Quando o campo magnético é fraco, a camada protetora de ozônio é reduzida, facilitando a penetração dos perigosos raios ultravioleta, especialmente nas regiões polares.

Os satélites geoestacionários também são menos protegidos quando o campo magnético da Terra é fraco. Radiação ou partículas do espaço podem danificá-los seriamente e limitar enormemente a comunicação.

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