As relações do empresário Marcos Moura, conhecido como Rei do Lixo, com políticos poderosos de Brasília devem fazer com que as investigações da Polícia Federal — que estão na primeira instância baiana —, sobre corrupção em emendas parlamentares, subam ao Supremo Tribunal Federal (STF), diz Robson Bonin, da coluna Radar.
Políticos influentes do Congresso já procuraram ministros do STF para reclamar das investigações conduzidas na Bahia. Na avaliação desses políticos, já existem indícios para que todo o processo seja remetido ao Supremo. Ironicamente, esses políticos acreditam que terão melhor sorte na Justiça se os casos deixarem a primeira instância e cheguem ao STF, diz o colunista.
Na Corte, no entanto, a determinação dos ministros é para que a PF avance em todos os casos com indícios de corrupção em verbas parlamentares.
O empresário Marcos Moura, rei do lixo, tem ligações diretas com a cúpula do União Brasil, mas seus contatos se espalham por pelo menos oito partidos, e a PF já identificou negócios dele em pelo menos 12 estados.
Um interlocutor da investigação trata esse esquema das emendas como uma “nova Lava Jato”. “Não apareceu doleiro ainda, mas esse bando da Bahia sabia trabalhar muito bem com dinheiro vivo, o que dificulta a produção de provas”, diz um investigador.