Policiais que fizeram parte da força-tarefa que matou Lázaro Barbosa fizeram uma espécie de carreata na tarde desta segunda-feira para comemorar a ação. Cerca de 35 viaturas desfilaram juntas, com sirenes ligadas, acenando para a população, que aplaudia os policiais.
As viaturas, a maioria da Polícia Militar de Goiás, saíram juntas da escola municipal utilizada como base pela polícia, que fica no povoado de Girassol, em Cocalzinho de Goiás. Seguiram pela BR 070, onde algumas pessoas já esperaram ao lado da pista para cumprimentar os policiais, passaram pela cidade de Aguas Lindas e voltaram para Cocalzinho, onde também percorreram algumas ruas e depois retornaram à base.
A maior recepção ocorreu em Águas Lindas, onde dezenas de pessoas estavam nas ruas aplaudindo e gritando palavras de apoio. Também participaram da “carreata” carros do Corpo de Bombeiros e da Polícia Penal, ambos de Goiás. Um helicóptero acompanhou o grupo.
As buscas por Lázaro, principal suspeito da morte de uma família em Ceilândia (DF), entre outros crimes, duraram cerca de 20 dias. De acordo com o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, ele foi morto após trocar tiros com policiais.
O corpo foi levado ao Hospital Municipal Bom Jesus, em Águas Lindas, e de lá para o Instituto Médico Legal de Goiânia.
Moradores relatam alívio
Moradores de Cocalzinho se disseram aliviados com os fim das buscas e agora esperam retomar sua rotina.
— A gente pode dormir agora em paz — resume a dona de casa Carla Silva, de 31 anos, dizendo que até um sobrinho seu de três anos tinha dificuldades de dormir. — Só a gente que mora aqui viu o terror que foi. Qualquer barulho que a gente ouvia, a gente achava que era ele.
Diversos curiosos se reuniram em frente à base criada pela força-tarefa policial. Um deles foi o jardineiro Edmundo Almeida, de 24 anos,que disse ter ido lá para saber se a notícia era verdadeira.
— Dá uma sensação de paz, de tranquilidade. A gente vai voltar com a nossa rotina como era antes.
Entretanto, o fato de Lázaro ter sido morto, e não preso, causou algumas críticas. Enquanto Rodney Miranda participa de uma entrevista coletiva nesta segunda, um homem interrompeu o secretário dizendo que o fugitivo não deveria ter sido morto.
Procurado depois pelo O Globo, o homem disse que não queria se identificar, mas classificou como “covardia” o fato de tantos polícias matarem um único fugitivo.
Uma outra moradora da região, que foi até a porta do hospital de Águas Lindas para acompanhar a saída do corpo, também criticou a ação da polícia, mas igualmente sem querer se identificar. Ela disse que ele era um “ser humano” e “não merecia tomar tanto tiro”.