Na contramão da onda bolsonarista que impulsiona candidaturas de policiais, um grupo de profissionais de segurança pública quer tirar a homofobia dessas corporações do armário. Agentes LGBTI+ (sigla para lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, intersexuais e demais identidades de gênero) buscaram partidos de esquerda para disputar a eleição.
O grupo propõe políticas de combate à homofobia, de valorização dos direitos humanos e se opõe ao governo Jair Bolsonaro (sem partido). Os candidatos integram a Renosp LGBTI+ (Rede Nacional de Operações de Segurança Pública LGBTI+), criada para unir policiais e guardas municipais que lutam contra a homofobia em suas corporações.
Hoje a rede conta com 122 membros e apoia quatro candidaturas a vereador: o guarda municipal Rodrigo Figueiredo (PDT) e o sargento da Marinha Michel Uchiha (PSB) tentam se eleger no Rio de Janeiro; o policial rodoviário federal Fabrício Rosa (PSOL) disputa o pleito em Goiânia; e o soldado da Polícia Militar Leandro Prior (PT) está à frente de uma candidatura coletiva em São Paulo.
Presidente da Renosp LGBTI+, o delegado da Polícia Civil do Distrito Federal Anderson Cavichioli destaca que a entidade não tem alinhamento partidário, mas vê um simbolismo importante na eleição dos companheiros.
“Eles trazem uma visão de segurança muito mais inclusiva e republicana. É inegável a importância dessas candidaturas. Além de ocuparem um espaço político que pessoas LGBTI nunca ocuparam no Brasil, passa a incluir na segurança pública esse olhar sobre a diversidade”, afirmou em entrevista ao UOL.