A Polícia Civil apura o desaparecimento de duas fontes de Césio-137 em Nazareno, no estado de Minas Gerais, informa o GloboNews. A suspeita é que as fontes, consideradas radioativas, tenham sido furtadas. O fato também é investigado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear e a mineradora onde o material estava.
Nesta quarta-feira (5), a Diretoria de Radioproteção e Segurança da CNEN deve enviar uma equipe de licenciamento para apurar as circunstâncias do evento.
Segundo a CNEM, a mineradora AMG acionou o órgão do governo na noite do dia 29 de junho. No dia seguinte, técnicos do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear estiveram na cidade para levantar informações sobre o ocorrido e verificar as ações dos técnicos de radioproteção da empresa.
As autoridades policiais foram acionadas e a empresa também faz investigação interna, além de procurar as fontes. De acordo com a CNEM, a mineradora está regularmente licenciada pela CNEN e tem autorização para operação vigente até 30/12/2025.
A AMG informou que as fontes podem ser identificadas por formato e aparência. Elas são revestidas de aço inoxidável e possuem uma blindagem interna de chumbo e uma externa de aço inoxidável, resistente a impactos.
“A AMG leva esse incidente muito a sério e lamente profundamente qualquer preocupação que possa causar às comunidades vizinhas. Como a segurança e o bem-estar de todos os esforços possíveis para resolver a situação o mais breve possível”, disse a mineradora por meio de nota nas redes sociais.
As fontes desaparecidas
As fontes são de Césio-137, confeccionadas em material cerâmico. Elas são duplamente encapsuladas com aço inoxidável e blindadas externamente em aço inox, resistente ao impacto. Com atividade individual de 5 mCi (meios de contraste iodado), compunham equipamentos medidores de densidade, sendo classificadas como de categoria 5, de baixo risco.
Segundo a mineradora, quando estas fontes são utilizadas em medidores de densidade de polpa, elas não apresentam riscos. A AMG alerta que o manuseio inadequado por pessoas não autorizadas pode acarretar algum risco à saúde.
MCI são compostos que contém o iodo como elemento radiopaco que, quando introduzido no organismo, permitem aumentar a sensibilidade e a especificidade das imagens radiográficas.
De acordo com a CNEM, apesar das fontes serem de Césio-137, elas têm atividade cerca de 300 mil vezes menor do que aquela do acidente de Goiânia, considerado o maior acidente radiológico do mundo.
Ainda de segundo a Comissão, estas fontes são classificadas como não perigosas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). No entanto, é importante continuar as buscas para recuperá-las para prevenir exposições desnecessárias.