A Polícia Federal no Amazonas abriu nesta terça-feira (9) a Operação Voz do Poder para prender preventivamente segundo Pepita Ortega e Fausto Macedo, do Estadão, o prefeito Simão Peixoto (MDB), da cidade de de Borba, no estado do Amazonas, investigado por suposta manipulação de testemunhas em inquérito sobre desvios na compra de merenda escolar em meio à pandemia da covid-19.
A reportagem busca contato com a defesa do prefeito. O espaço está aberto para manifestações.
A prisão foi decretada após a PF colher evidências de que Simão conduziu uma videoconferência com servidores municipais intimados pela corporação para prestar esclarecimentos na investigação sobre desvios na merenda.
O inquérito apura indícios de que os kits fornecidos às escolas tinham uma quantidade de carne diferente do que foi contratado pela prefeitura: ou um peso reduzido ou a ausência total de charque.
A PF suspeita que, no encontro online, Simão teria ‘oferecido assistência jurídica e fretamento de aeronave, custeados pela prefeitura, o que poderia representar uma tentativa de influenciar indevidamente as testemunhas’.
“Embora possa ser interpretada como um gesto de auxílio, esta ação cria um ambiente propício para que os servidores se sintam pressionados a adaptar seus depoimentos aos interesses do investigado, comprometendo potencialmente a integridade e a credibilidade das investigações em curso”, informou a PF.
Simão ganhou notoriedade em 2021 quando protagonizou uma luta de MMA com um desafeto político, o ex-vereador Erineu Alves da Silva. O prefeito venceu o embate no ringue. Na ocasião, o prefeito virou alvo do Ministério Público do Amazonas por suposto ato de improbidade administrativa.
Segundo a PF, a prisão ainda não foi cumprida vez que Simão não estaria na cidade quando do cumprimento do mandado. Os advogados do prefeito informaram aos investigadores que ele deve se apresentar na sede da Polícia Federal até o final desta terça (9).
A Operação ‘Voz do Poder’ fez diligências em Manaus e na cidade de Borba – município de 45 mil habitantes localizado a cerca de 210 quilômetros da capital amazonense. A Justiça Federal ainda determinou o afastamento de Simão das funções públicas por 180 dias.