A Polícia Federal pediu de acordo com o jornal Valor, a quebra dos sigilos fiscal e bancário da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A medida ainda precisa ser autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O pedido foi feito após a operação de sexta-feira, que mirou um esquema de venda ilegal de presentes oficiais por integrantes do governo passado. Os investigadores também pediram a mesma medida em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A PF considera a quebra de sigilo da dupla uma providência necessária para avançar nas investigações.
Uma das linhas será verificar se os valores decorrentes da venda e da recompra das joias — que podem ter superado R$ 1 milhão — passaram pelas contas do ex-presidente.
A PF apontou para a “existência de fortes indícios de desvios de bens de alto valor patrimonial” entregues por autoridades estrangeiras ao então presidente. Por lei, os presentes — como joias e esculturas — deveriam ter sido incorporados ao patrimônio da União.
De acordo com as investigações, Bolsonaro, com ajuda de seus principais auxiliares, tentou vender, nos Estados Unidos, pelo menos quatro conjuntos de bens que seu governo recebeu de autoridades de outros países, entre 2019 e 2021.
A suspeita é de que o lucro obtido a partir da comercialização fosse convertido em dinheiro em espécie para ingressar no patrimônio pessoal de Bolsonaro, à margem do sistema bancário formal — o que ocultaria a origem dos valores.
A operação deflagrada na sexta-feira teve como alvos Mauro Cesar Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens; do advogado Frederick Wassef, que atua para a família Bolsonaro; e Osmar Crivelatti, que faz parte da atual equipe de assessores do ex-mandatário.