A Polícia Federal afirma de acordo com a colunista Bela Megale, do O Globo, que identificou indícios de que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, teria usado verba pública do Palácio do Planalto “de maneira ilegal”, com “saques em espécie” e depósitos em dinheiro vivo feitos “de maneira fracionada”.
A frase consta no pedido enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) feito no âmbito da investigação que apura a suspeita de desvio de recursos do Palácio para pagar despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e pessoas ligadas a ela. A prática também é conhecida como “rachadinha”.
“Ressalta, porém, que dos dados analisados, é possível identificar indícios do ‘uso do suprimento de maneira ilegal com saques em espécie dos recursos e depósitos em espécie, de maneira fracionada, fato que dificulta a identificação dos responsáveis pelas transferências’, não havendo evidência de que as pessoas beneficiárias dos pagamentos possuem relação com a Presidência da República que justifique tais recebimentos de recursos possivelmente públicos”, diz o relatório policial.
Como revelou o site “Uol” nesta segunda-feira, a PF identificou depósitos em dinheiro vivo para Michelle Bolsonaro operacionalizados pelo coronel Mauro Cid. A defesa da família Bolsonaro alega que os pagamentos das despesas eram feitos com recursos privados e próprios.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro está preso desde o início do mês, no âmbito de outro inquérito que apura falsificação de certificados de vacina dele, de seus familiares e de Jair Bolsonaro.
Mensagens publicadas pelo site “Uol” também mostraram conversas entre Cid e assistentes de Michelle. Nesses diálogos, o ex-ajudante de ordens deixa clara a sua preocupação com os pagamentos de despesas ligadas à ex-primeira-dama e aponta que poderiam resultar numa acusação de “rachadinhas”.