A Polícia Federal realizou, nesta quarta-feira (12), a Operação Corsários, contra desvio de recursos em contratos da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), empresa pública federal que opera o Porto de Vitória. A senadora Rose de Freitas (MDB) foi alvo de mandado de busca e apreensão. Um irmão da senadora e mais duas pessoas foram presos.
Segundo a PF, a operação tem o objetivo de investigar uma organização criminosa que atuava na Codesa entre os anos de 2015 e 2018, direcionando certames e desviando recursos públicos dos contratos firmados com as prestadoras de serviços.
Foram cumpridos dois mandados de prisão temporária e 10 mandados de busca e apreensão em residências e empresas de Vitória, Cariacica, Serra e Brasília. Também houve o sequestro de bens e valores, além da prisão em flagrante de um dos investigados por porte ilegal de armas.
A PF não divulgou os nomes dos presos e investigados. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em razão do indício de envolvimento de pessoa com prerrogativa de foro. O ministro Kassio Nunes Marques autorizou os mandados.
Procurada, a Codesa informou que todas as informações sobre a operação serão passadas pela Polícia Federal.
De acordo com a polícia, a Operação Corsários teve início com o recebimento de denúncia de exigência de vantagens ilícitas por servidores da Codesa em contrato de locação de veículos.
As apurações, segundo a PF, revelaram a existência de uma organização criminosa infiltrada na empresa pública, por meio da indicação de pessoas de confiança do grupo para postos chaves, permitindo dessa forma a interferência nos certames, o superfaturamento e desvio dos valores pagos nos contratos subsequentes.
Para receber os recursos desviados, de acordo com as investigações, o grupo investigado utilizava um escritório de advocacia, responsável por simular a prestação de serviços advocatícios para lastrear a movimentação dos valores. As investigações revelaram ainda que a lavagem do dinheiro ilegal também acontecia por meio da compra de imóveis de luxo e do pagamento de despesas pessoais dos envolvidos.
A PF informou que a investigação contou com a colaboração da atual gestão da Codesa, que em auditoria realizada estima que somente em dois dos contratos auditados a organização criminosa pode ter desviado cerca de R$ 9 milhões.