O subsecretário da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcel de Oliveira, afirmou ao portal Bahia Notícias, que as investigações da polícia já identificaram os autores do assassinato de Mãe Bernadete, morta no dia 17 de agosto, em Simões Filho. Além disso, em entrevista realizada nesta quinta-feira (31), Oliveira disse que as motivações do crime foram, provavelmente, “reconhecidas”.
“A investigação está bem adiantada, com autorias definidas, com prováveis motivações conhecidas. No entanto, a investigação tramita em sigilo, mas pode ter certeza que a família vai ter o resultado que ela precisa e merece receber em pouco tempo”, afirmou o subsecretário da SSP, em entrevista à TV Globo.
O Caso
A líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, foi assassinada na noite do dia 17 de agosto, dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares, localizado no município de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador .
Mãe Bernadete era ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e líder da comunidade quilombola de Simões Filho. Ela era mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos (Binho do Quilombo), liderança quilombola da comunidade Pitanga dos Palmares, também assassinado há 6 anos.
Um homem suspeito de participação no assassinato da Mãe Bernadete está sendo procurado pela polícia. Segundo informações passadas por uma fonte ao G1, as ameaças se intensificaram nas últimas três semanas. A liderança reclamava da presença de um homem que morava perto da sua casa e tentava vender terrenos no quilombo.
De acordo com a publicação, esse homem ostentava armas e teria chegado na comunidade, inicialmente, como um prestador de serviços. No entanto, pouco tempo depois se mostrou interessado em comercializar terras e mantinha ligação com envolvidos em extração de madeira ilegal.
“Suspeitamos que tenha havido um conluio entre esse invasor dos terrenos no quilombo e um policial que está por trás da exploração clandestina de madeira”, disse. O homem é apontado, inclusive, como responsável por cortes de energia que aconteceram no imóvel momentos antes do crime.
Pessoas da região acreditam que o corte de energia tenha sido causado para prejudicar o funcionamento das câmeras de segurança. A suspeita é de que esse morador tenha servido como espécie de “olheiro” para os executores do crime.