O Podemos, partido do deputado cassado Deltan Dallagnol, não trabalhará segundo o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, para reverter a cassação do parlamentar. A cúpula da legenda chegou a anunciar uma reação à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas depois constatou que a estratégia só desgastaria mais a sigla.
Dois motivos principais embasaram a decisão do partido. O primeiro é que até o ministro Kassio Nunes Marques, indicado ao STF pelo ex-presidente Bolsonaro, votou para que Deltan perdesse o mandato. A decisão do TSE foi unânime. O voto de Nunes Marques derruba a tese de que o julgamento teria sido apoiado apenas pela ala do tribunal alinhada ao governo Lula.
A segunda razão é que até o senador Sergio Moro se esquivou de defender o aliado. O ex-juiz da Lava Jato ignorou atos públicos em apoio ao ex-promotor à frente da operação, inclusive em Curitiba. O afastamento surpreende. Na eleição, um fez campanha para o outro. Durante a Lava Jato, a dupla combinou decisões judiciais, o que é proibido.
Na Câmara, a chance de Deltan conseguir reverter ou arrastar sua cassação é considerada praticamente nula.
Nota do Podemos
A presidente do Podemos, Renata Abreu, negou que o partido desistirá de reverter a cassação. “Todo o nosso corpo jurídico está fazendo todo o esforço no STF e na Câmara”, afirmou. A coluna mantém a informação publicada.