O Podemos, ex-partido de Sergio Moro (União Brasil-PR), fechou um segundo acordo milionário segundo Guilherme Seto, da coluna Painel, para quitar dívidas contraídas com a comunicação da pré-campanha do ex-juiz federal da Lava Jato à presidência da República pela legenda em 2022, da qual o atual senador desistiu depois de conflitos com a cúpula da sigla.
O Podemos fechou acordo para saldar uma dívida de R$ 2,6 milhões com a D7 Produções Cinematográficas, do marqueteiro Pablo Nobel, como mostrou o jornal O Globo. Esse acordo foi homologado pela Justiça de São Paulo no sábado (9).
Em 7 de dezembro, o partido também se comprometeu a pagar R$ 1,1 milhão para a 2022 Comunicação SPE Ltda., empresa criada por Nobel especialmente para a campanha que não se concretizou.
Na Justiça, a 2022 Comunicação SPE cobrava R$ 8 milhões, mas aceitou receber o valor reduzido para resolver a pendência judicial. Na somatória, o partido terá que arcar com R$ 3,78 milhões somente com as empresas de comunicação.
O Ministério Público Federal defendeu na quinta-feira (14) que seja acolhida parcialmente a ação eleitoral contra Moro com a cassação do mandato por abuso de poder econômico durante a pré-campanha em 2022.
Proposta por PT e PL, a ação aponta que a campanha de Moro ao Senado se beneficiou da pré-campanha dele à Presidência da República ocorrida meses antes. Segundo esse argumento, ele teria tido uma vantagem indevida em relação aos concorrentes, com gastos “desproporcionais” que “suprimiram as chances dos demais concorrentes” ao Senado no Paraná.
A defesa de Moro e os acusadores têm divergências sobre os gastos da pré-campanha.
Enquanto a defesa de Moro fala em gastos módicos e calcula R$ 141.034,70 na pré-campanha, PT e PL apontam que as somas das despesas são superiores até mesmo ao teto de gasto permitido no período eleitoral para a campanha ao Senado pelo Paraná no ano passado, R$ 4.447.201,54.
Para o PL, Podemos e União Brasil gastaram ao menos R$ 7.600.702,14 com a pré-campanha de Moro. O PT aponta ao menos R$ 4.790.051,25.