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domingo 15 de outubro de 2023 às 11:01h

Planos de invasão israelense visa acabar com a alta hierarquia política e militar do Hamas

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Os militares de Israel estão se preparando para uma incursão terrestre na Faixa de Gaza nos próximos dias, com dezenas de soldados que tem como principal missão a conquista da Cidade de Gaza e a destruição da liderança do grupo terrorista Hamas, de acordo com três oficiais de Israel que revelaram planos da ofensiva israelense.

Os militares anunciaram que o seu objetivo final é eliminar a liderança política e militar do grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza e ordenou os ataques terroristas que ocorreram em Israel no dia 7 de outubro, deixando 1.300 pessoas mortas.

Segundo Ronen Bergman e Patrick Kingsley, do The New York Times, se espera que o ataque seja a maior operação terrestre de Israel desde que invadiu o Líbano em 2006. Seria também a primeira em que Israel tentou conquistar territórios desde a invasão de Gaza em 2008.

A operação corre o risco de ser demorada e envolve combates tanto no solo como nos diversos túneis construídos pela organização terrorista Hamas. Autoridades israelenses alertaram que o grupo terrorista Hamas poderia matar reféns israelenses e usar civis palestinos como escudos humanos durante o combate.

Futuro

Ainda não se sabe o que Israel faria com a Cidade de Gaza, reduto do grupo terrorista Hamas e maior centro urbano do enclave palestino. Também é incerto o que o exército israelense quis dizer com a meta de destruir a liderança do grupo terrorista Hamas, que está profundamente enraizado em Gaza.

Também não está claro se o Hezbollah, a maior milícia libanesa apoiada pelo Irã, que é aliada do grupo terrorista Hamas e possui uma vasta gama de mísseis guiados de precisão e forças terrestres, poderá responder a uma invasão de Gaza abrindo uma segunda frente com Israel ao longo da fronteira com o Líbano.

Os militares de Israel ainda não anunciaram formalmente que irão invadir Gaza, embora tenham confirmado que equipes de reconhecimento entraram brevemente no enclave palestino na sexta-feira (13).

O governo israelense aponta que diversos terroristas do Hamas devem estar esperando pela chegada do exército israelense, tanto no solo quanto nos túneis e que o grupo terrorista pode impedir o progresso da ofensiva israelense ao explodir estes túneis e bombas ao longo do enclave costeiro.

Danos

Devido aos danos generalizados na Cidade de Gaza causados pelos recentes ataques aéreos israelenses, os comandos receberam instruções adicionais nos últimos dias para os ajudar o exército a operar em ambientes urbanos muito prejudicados, de acordo com um quarto oficial, o coronel Golan Vach.

A invasão foi inicialmente planejada para o fim de semana, mas foi adiada por alguns dias, pelo menos em parte devido às condições nubladas que teriam tornado mais difícil para os pilotos israelenses e operadores de drones fornecerem cobertura aérea às forças terrestres, segundo disseram os oficiais.

O objetivo do exército israelense é a “derrota do grupo terrorista Hamas e a eliminação de seus líderes após o massacre que perpetraram”, afirmou o almirante Daniel Hagari, das Forças de Defesa de Israel, no sábado, 14.

“Esta organização não governará a Faixa de Gaza de forma militar e política”, acrescentou o almirante Hagari.

Yahya Sinwar

Um segundo porta-voz militar apontou que o exército estava particularmente concentrado em matar Yahya Sinwar, o principal líder do grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. Israel responsabiliza Sinwar pelas atrocidades cometidas contra os israelenses no último sábado.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, disse que o ataque foi o dia mais mortal para os judeus desde o Holocausto. “Esse homem está na nossa mira”, disse o tenente-coronel Richard Hecht, outro porta-voz militar, referindo-se a Sinwar. “Ele é um homem morto e chegaremos até ele”, acrescentou o coronel Hecht.

Muitos palestinos dizem temer que a invasão signifique uma crise humanitária e um potencial exílio. Os militares israelenses afirmaram que procuram evitar as mortes de civis. Israel pediu para que os civis da Faixa de Gaza saíssem do norte do enclave e fossem para o sul. O grupo terrorista Hamas pediu que as pessoas ficassem em suas casas.

Reféns

A complexidade da invasão é agravada pelos civis israelenses que estão sendo mantidos como reféns do grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza em seus bunkers e túneis subterrâneos. Analistas militares israelenses dizem temer que o Hamas utilize os reféns como escudos humanos, criando um dilema moral e operacional para Israel.

“A única maneira de chegar aos reféns é através de uma operação terrestre”, disse Miri Eisin, ex-oficial militar superior e diretor do Instituto Internacional de Contraterrorismo da Universidade Reichman, em Israel. Mas se a operação for adiante, apontou Eisin, “os terroristas vão pegar esses bebês e os sobreviventes do Holocausto e explodi-los para nos mostrar como são cruéis”.

Retomada

O governo de Israel ainda não decidiu se irá retomar o sul de Gaza, além da Cidade de Gaza, de acordo com um dos altos oficiais militares. Mas se o sul de Gaza permanecer fora do controle israelense, alguns líderes do Hamas poderão continuar foragidos.

Alguns líderes militares e políticos querem que os soldados israelenses realizem 18 meses de operações de detenção porta-a-porta, apontou Nimrod Novik, antigo diplomata israelense e conselheiro de segurança do governo de Israel.

A questão de quem governaria Gaza depois do Hamas também é preocupante, segundo analistas. Israel poderia reafirmar o controle direto sobre o território, como fez de 1967 a 2005, mas isso implicaria governar uma população grande e hostil.

Um plano agora amplamente discutido por diplomatas, funcionários e analistas envolve permitir que a Autoridade Palestina, que administra partes da Cisjordânia, retome o controle de Gaza, depois de ter sido forçada a sair pelo Hamas em 2007.

Mas isso correria o risco de fazer com que a Autoridade Palestina parecesse um fantoche de Israel, disse Ibrahim Dalalsha, um analista palestino baseado em Ramallah, na Cisjordânia.

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