domingo 22 de dezembro de 2024
Rui Costa, da Casa Civil, e Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação, em reunião do CCT - Foto: Luara Baggi/MCTI
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terça-feira 30 de julho de 2024 às 11:16h

Plano de Inteligência Artificial terá supercomputador desenvolvido no Brasil

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Uma das ações do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) é o investimento em um supercomputador para o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) que possa atender a demanda de pesquisas na área, tanto pelos centros de pesquisa, como pela iniciativa privada. Esse será um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo, como parte da estratégia de equipar o Brasil com infraestrutura tecnológica avançada com alta capacidade de processamento, alimentada por energias renováveis. Existe a proposta de batizar o supercomputador com o nome de Santos Dumont, inventor do avião.

A proposta do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) foi aprovada nesta segunda-feira (29/7) pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) e será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (30), durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O PBIA foi encomendado por Lula no início deste ano ao CCT.

As recomendações da proposta do Plano estão divididas em cinco eixos, com destaque para a Infraestrutura e Desenvolvimento de Inteligência Artificial (IA), e a IA para a melhoria do Serviço Público e para a Inovação Empresarial.

Entre os objetivos estão desenvolver modelos avançados de linguagem em português, com dados nacionais que abarcam nossas características culturais, sociais e linguísticas, para fortalecer a soberania em IA e promover a liderança global do Brasil em IA por meio do desenvolvimento tecnológico nacional e ações estratégicas de colaboração internacional.

O nome que se pretende dar ao supercomputador dialoga com falas recentes do presidente da República. No dia 11 de junho, por exemplo, ao falar com estudantes premiados na Olimpíada Brasileira de Matemática, Lula exortou os presentes a mudar o país e resgatar a autoestima criadora do Brasil, cuja falta contribuiu para que Santos Dumont, embora tenha realizado o primeiro voo autônomo com um aparelho mais pesado que o ar, perdeu a primazia de inventor para os irmãos estadunidenses Wright.

Na reunião do CCT realizada ontem, a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou, sobre os temas em pauta na Conferência: “Este é um debate estratégico e que impacta diretamente no mundo e no Brasil as cadeias econômicas porque ao mesmo tempo que a inteligência artificial tem riscos, ela traz muitas oportunidades”, afirmou.

A ministra destacou que durante quatro meses foi feito um esforço de elaboração para a construção do plano para que ele fosse apresentado durante a conferência, conforme pedido do presidente Lula. “Foi um processo muito participativo, com mais de 300 pessoas, muitas oficinas, conversas bilaterais com a iniciativa privada, especialistas, sociedade civil organizada, procurando fazer uma sinergia do ecossistema na direção de cuidar para que o Brasil possa garantir sua autonomia, sua soberania”, ressaltou.

“Esse esforço coletivo busca responder o desafio do presidente Lula [de elaboração do Plano] em diversas áreas informações sobre a inteligência artificial”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa, presente ao encontro.

O ministro também destacou que atualmente a divisão social do trabalho internacional se dá a partir da propensão do desenvolvimento tecnológico. “Um país que queira estar entre os primeiros lugares e garantir o bem-estar para o seu povo não pode abrir mão disso”, comentou.

Conferência

Principal fórum de debates sobre o futuro da ciência no país, a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação começa nesta terça-feira (30/7) com o tema Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”.

O futuro da IA e as recomendações de novas políticas ligadas a essa tecnologia serão abordados no encontro, que dará destaque a temas urgentes, como mudanças climáticas, transição energética, financiamento da ciência, políticas de apoio à inovação nas empresas, transição demográfica e outros.

Serão mais de 50 sessões de debates, além de sete plenárias. A previsão é que o encontro receba até 2.200 participantes por dia, além de mais de 2.000 virtuais.

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