O plano estratégico da Petrobras para os próximos 5 anos, divulgado nesta última quarta-feira (30), será revisto pelo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A afirmação é do coordenador geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros) e integrante da equipe de transição, Deyvid Bacelar.
Segundo ele disse ao Poder 360, que faz parte do grupo técnico de Minas e Energia, o novo governo deve incluir investimentos na ampliação da capacidade de refino de petróleo, em projetos de fontes renováveis e encomendas à indústria naval nacional.
“O novo plano deve ser realizado a partir das orientações e prioridades estratégicas dos representantes do novo governo”, afirmou.
O plano da Petrobras manteve o foco da estatal na área de exploração e produção de petróleo e gás natural, destinando 83% dos US$ 78 bilhões em investimentos planejados no período.
Para o segmento de transição energética, foram destinados US$ 4,4 bilhões, com foco principalmente na descarbonização das atividades da Petrobras, como eletrificação dos navios-plataforma e armazenamento de carbono.
A Petrobras diz ter identificado 3 novos negócios: hidrogênio, eólica offshore e captura de carbono. Mas não destinou recursos. “Depois de estudar diversas rotas de oportunidades em diversificação rentável, que serão aprofundados estudos e avaliadas oportunidades em projetos“, disse.
Bacelar também diz lamentar o plano estratégico não ter “deixado explícito o compromisso de suspender o processo de privatizações até o final da atual administração”.
Na 2ª feira (28.nov), integrantes do grupo técnico de Minas e Energia se reuniram com o presidente da Petrobras, Caio Mario Paes de Andrade, e diretores da estatal. Pediram a suspensão de processos de desinvestimento.
Segundo Bacelar, também foi solicitado que a estatal segurasse a conclusão da venda da Reman (Refinaria Isaac Sabbá), no Amazonas. A Petrobras anunciou o fechamento da transação com o Grupo Atem nesta 4ª feira (30.nov).