O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou expansão de 0,9%. O resultado surpreendeu analistas, diz Pedro Gil, da Veja, que estimavam um avanço bem mais tímido, de 0,2% e deve motivar uma série de revisões nas estimativas para o crescimento da economia em 2023. Quem puxa a fila desse movimento é o próprio governo brasileiro. Em relatório divulgado nesta sexta-feira, 1º, o Ministério do Planejamento estima o PIB de 2023 em 3%. O dado é maior que os 2,3% contidos no Projeto de Lei Orçamentária Anual, enviado na véspera ao Congresso Nacional.
No relatório, o Planejamento afirma que o forte crescimento no começo deste ano mostra que, mesmo se não houver elevação da atividade para os outros trimestres do segundo semestre de 2023, o PIB brasileiro irá crescer 3%. “Em suma, o resultado do PIB do segundo trimestre de 2023 foi elevado e superou significativamente a projeção de mercado”, diz a pasta. “Deve-se destacar que houve crescimento de todos os setores da indústria e dos serviços e observa-se elevação de todos os componentes da demanda, algo que não ocorria desde 2010”, completa.
A alta do segundo trimestre é explicada, sob a ótica da produção, pelo bom desempenho da indústria (0,9%) e dos serviços (0,6%). Como as atividades de serviços respondem por cerca de 70% da economia do país, o resultado do setor influencia ainda mais a expansão do PIB. Sob a ótica da demanda, o destaque fica pelo consumo das famílias, que cresceu 0,9%. É a maior alta desde o mesmo período do ano passado (1,6%).