Apesar da decisão do presidente Luiz Inácio Inácio Lula da Silva (PT) de devolver sua segurança pessoal ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a equipe que acompanha a primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, segue inalterada. Enquanto Lula já passou a circular acompanhado de agentes do GSI, Janja tem cumprido agendas ao lado do marido com a proteção de policiais federais, sem a presença de militares.
No sábado, Janja esteve no treinamento da seleção brasileira de futebol feminino, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, e, no domingo (2), participou das comemorações da Independência da Bahia, em Salvador. Nos dois eventos, estava protegida por agentes da PF.
A mudança na segurança pessoal de LUla foi anunciada na última quarta-feira e prevê um modelo híbrido, composto por militares, policiais civis e integrantes da Polícia Federal. O presidente e o vice Geraldo Alckmin poderão escolher policiais que integrarão suas equipes.
A equipe responsável pela segurança de Janja desde janeiro é formada por policiais federais e integrantes da Força Nacional e busca equidade entre homens e mulheres, um atributo que é um critério importante para a primeira-dama e do qual ela não abre mão. A tendência é que sua equipe não sofra alterações significativas por já estar entrosada, ter um convívio com a primeira-dama e por ser composta também por policiais mulheres.
Não há, porém, uma definição sobre qual será o formato definitivo do grupo que permanecerá com Janja, já que o Planalto vive uma espécie de transição da proteção presidencial. As regras do novo modelo ainda estão sendo construídas e não foram publicadas no Diário Oficial. Procurada, a assessoria de imprensa da primeira-dama afirmou que não comenta questões de segurança.
Janja passou a conviver com policiais federais durante a campanha a presidencial. Nas primeiras semanas, tinha certa resistência ao convívio direto com agentes devido as memórias do período em que Lula ficou preso na superintendência da PF em Curitiba. O período de polarização política e ameaças ao petista, no entanto, tornaram a segurança de Lula uma questão estratégica da campanha.
Ao longo da corrida presidencial e sem nenhum registro de episódio de violento contra Lula, delegados e agentes foram quebrando o gelo e conquistando a confiança de Janja. Desde janeiro, a primeira-dama tem preferido que sua equipe seja formada por policiais federais e civis.
Nos bastidores, GSI e Polícia Federal disputaram o comando da segurança presidencial. Lula optou por um modelo híbrido com comando GSI, o que desagradou policiais federais, que não seriam estar subordinados ao comando militar. Embora decisão tenha sido anunciada na última quarta, Planalto ainda não tem uma definição sobre as regras do novo modelo da proteção do chefe do Executivo.