O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi fortemente aconselhado pela cúpula do seu partido a manter silêncio até o julgamento que pode torná-lo inelegível, mas descumpriu as recomendações, conforme registra a coluna de Bela Megale, do O Globo.
Na terça-feira, o presidente do partido, Valdemar Costa Netto, e o ex-ministro Walter Braga Netto tentaram convencer Bolsonaro a submergir, apesar do capitão externar o desejo de falar.
Nesta manhã, durante a sabatina de Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro decidiu ir ao Congresso e conceder uma entrevista coletiva. A estratégia foi apelidada de “kamikaze” entre correligionários do PL.
A avaliação é que as falas do ex-presidente direcionadas a ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julga a ação que pode torná-lo inelegível a partir de quinta-feira, foram “desastrosas”. A leitura é que Bolsonaro foi “arrogante” e quis ensinar os magistrados a fazer seu trabalho ao dizer que “será péssimo para a democracia se eu for julgado de forma diferente como foi a chapa Dilma-Temer em 2017” e que a “jurisprudência não pode mudar”.
As manifestações do ex-presidente de que seu ex-ajudante de ordens, o Coronel Mauro Cid, deveria estar solto e que seu ex-segurança, Max Guilherme, não pode receber a esposa porque ela não foi vacinada, também foram consideradas “novos erros” do ex-presidente.