Os partidos com mais candidatos nas eleições deste ano são o PL, com 1.578 pedidos de registro de candidatura, o União Brasil, com 1.492, e o Republicanos, com 1.424. As solicitações ainda estão sendo analisadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que vai determinar quais estão aptas e quais estão inaptas para a disputa deste ano.
No total, conforme a TV Record, o tribunal recebeu 28.288 pedidos de registro, número inferior ao de 2018, quando 29.085 pessoas solicitaram o registro de candidatura. Dos três partidos com mais candidatos, o PL e o Republicanos são legendas da base do presidente Jair Bolsonaro (PL), que se filiou à sigla de Valdemar Costa Neto no fim do ano passado. O PP, do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, está em quinto lugar na lista, com 1.324 pedidos de registro.
Em 2018, o cenário foi bem diferente, quando os partidos com mais candidatos foram o PSL, seguido pelo PSOL e pelo PT. O PSL foi o partido escolhido por Bolsonaro para disputar as eleições de 2018, mas, após a saída do presidente, a sigla se juntou ao DEM para garantir força no pleito deste ano. A junção gerou o União Brasil.
Após a ida de Bolsonaro ao PL, com a janela partidária, no início do ano, a sigla já se tornou a maior bancada na Câmara dos Deputados. O PP foi o segundo partido que mais cresceu e se tornou a segunda maior bancada na Casa. Nos estados, o cenário também foi favorável às siglas da base do governo. Como mostrado pelo R7, o PL dobrou de tamanho e o Republicanos ampliou as bancadas em mais de 50%.
Analista político e sócio da Hold Assessoria Legislativa, André César pontua a importância de um partido ter muitos candidatos para deixar “a marca da legenda”. Segundo ele, entretanto, é preciso analisar quais são as figuras de fato competitivas e com chances de ganhar. Além disso, o analista ressaltou que a distribuição de recursos pode ser um problema.
“É necessário analisar as candidaturas competitivas e distribuir recursos de forma inteligente”, disse. André César explica que, no caso do União Brasil, segundo partido com mais candidatos, a quantia se dá pela junção do DEM e do PSL, com inclusive aumento de recursos partidários.
Já no caso do PL e do Republicanos, o analista avalia que a proximidade das siglas com o presidente Jair Bolsonaro pode ser uma das razões para o crescimento. “O PL quer se tornar uma legenda muito forte em 2023 e isso faz parte da estratégia”, afirmou.
Perfil
Em relação ao perfil dos candidatos, é possível observar um aumento da proporção de mulheres. Neste ano, 33% das candidatas são do gênero feminino, enquanto em 2018 o público representava 32% das candidaturas e, no pleito anterior, em 2014, representava 31%. Também houve um aumento de candidatos que se declararam pretos: foram 13,9% dos candidatos neste ano, em contraposição com 10,8% em 2018; e 9,25% em 2014.
Nos últimos anos, algumas mudanças buscaram incentivar a participação política das mulheres nas eleições, como a definição pela Justiça Eleitoral da cota de 30% do Fundo Eleitoral e do tempo da propaganda eleitoral gratuita em TV e rádio às candidaturas de mulheres, algo que foi depois posteriormente confirmado pelo Congresso.
Em relação à participação de pretos e pardos, em 2020, o tribunal decidiu que a distribuição dos recursos do Fundo Eleitoral e tempo de propaganda eleitoral gratuita de TV e rádio precisam ser proporcionais ao totatl de candidatos negros de cada partido.