O PL deve encomendar nos próximos dias uma pesquisa para avaliar a posição do eleitorado diante do cenário político atual e, com base nela, definir de que forma o ex-presidente Jair Bolsonaro pode participar do jogo eleitoral.
O levantamento se dará ao mesmo tempo em que crescem as discussões internas sobre a possibilidade de Bolsonaro ser declarado inelegível pela Justiça Eleitoral e, com isso, ficar impedido de disputar as eleições por pelo menos oito anos.
Conforme mostra reportagem de Marcela Mattos, na Veja, a inelegibilidade de Bolsonaro tomou conta das rodas de conversa política nos últimos dias e, de forma surpreendente, há uma torcida velada de alguns aliados para que o ex-presidente fique impedido de concorrer aos próximos pleitos.
O tema já é tratado abertamente por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, pelos filhos do ex-presidente e pelo general Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa. “Se ele estiver inelegível…” costuma ser uma introdução das falas durante a definição das estratégias partidárias. A avaliação geral hoje é que o ex-presidente é um importante cabo eleitoral e pode ajudar o partido a se consolidar como a maior agremiação de centro-direita conservadora do país.
“O Valdemar acha que na próxima eleição de prefeitos nós vamos arrebentar porque o Bolsonaro vai estar muito bem, independentemente da condição eleitoral dele. E o Valdemar acha até que se ele tiver inelegível, o apoio pode ser ainda mais forte do que elegível. Apareceria como perseguido”, afirma um influente parlamentar do PL.
A pesquisa a ser encomendada, portanto, vai avaliar como o eleitorado se porta diante de Bolsonaro, o peso da rejeição dele e como o ex-presidente pode continuar angariando votos para a legenda — seja ele candidato ou não nos próximos anos.