O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, avalia internamente conforme Malu Gaspar, do O Globo, mudar a estratégia jurídica que vem sendo adotada até aqui no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Aliados do presidente avaliam que é preciso adotar uma postura mais combativa e midiática para fazer frente às sucessivas ações apresentadas pelo PT e Lula, o maior adversário do mandatário na corrida pelo Palácio do Planalto.
Dentro do PL, a percepção é a de que o partido só “apanha” na arena eleitoral, enquanto o PT tem uma estratégia de comunicação mais agressiva e pirotécnica, sabendo usar as ações para ganhar espaço na mídia e nas redes sociais – independentemente do desfecho dos processos.
Conforme antecipou a coluna, o PT e a federação formada entre a legenda, o PCdoB e o PV acionaram nesta segunda-feira (25) o TSE por supostas irregularidades na convenção que consagrou Bolsonaro candidato à reeleição no último domingo.
As siglas veem propaganda eleitoral vedada no evento e desinformação no discurso do presidente aos apoiadores.
“Apanhamos, nos defendemos, e aí? Pau que bate em Chico não bate em Francisco?”, questiona um interlocutor de Bolsonaro.
Para integrantes da campanha de Bolsonaro, o PL precisa seguir a fórmula do PT: usar as ações judiciais como arma política na guerra da comunicação.
Até agora, o PT e aliados já entraram com ao menos 23 ações no TSE, contestando motociatas de Bolsonaro e outdoors espalhados pelo país com mensagens de apoio ao presidente – e cartazes com ofensas a Lula.
É um número muito superior às três ações movidas pelo PL no TSE. O partido de Bolsonaro acionou a Justiça Eleitoral contra manifestações políticas de artistas no Lollapalooza, mas acabou desistindo da ação após a péssima repercussão do caso.
O PL também entrou com ações contra o show de Daniela Mercury em evento da CUT e uma conferência do PSOL que oficializou o apoio da legenda à candidatura de Lula – nesse último caso, o processo já foi arquivado.