O passageiros do voo AD-4001, da Azul Linhas Aéreas, que iria de Natal, no Rio Grande do Norte, para Belo Horizonte, em Minas Gerais, passaram segundo reportagem de Fernanda Rodrigues, do portal Itatiaia, por um susto na madrugada desta segunda-feira (22). Os pilotos declararam emergência e, 25 minutos da decolagem, o avião precisou retornar para a capital potiguar.
A aeronave havia decolado do Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em Natal, às 02h35 da madrugada, com destino ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins (MG).
Segundo dados de plataformas de rastreamento de voos online, o avião estava a cerca de 36 mil pés de altitude (11 km), quando os pilotos iniciaram uma descida de emergência. Rapidamente, a aeronave chegou ao nível 100 – ou seja, 10 mil pés (3 km) de altitude.
De acordo com o coordenador dos cursos de aviação do Centro Universitário Una, em Belo Horizonte, Kerley Oliveira, as características da indicam uma despressurização da cabine.
“A medida que a aeronave sobe, o ar vai ficando cada vez mais rarefeito, ou seja, as condições de respiração vão diminuindo. Para minimizar esse problema, as aeronaves que voam altitudes maiores são pressurizadas. É simulada dentro da cabine uma altitude onde as pessoas consigam ter o mínimo de conforto. Quando acontece um problema de pressurização, significa que a aeronave não está conseguindo manter esse padrão de pressão interna. Quando isso acontece, o comandante precisa descer de forma imediata para o nível de 10 mil pés. A partir desse nível, a gente já consegue manter um voo sem pressurização e, assim, a tripulação e os passageiros conseguem respirar normalmente”, esclarece.
O professor explica que casos de despressurização são graves e exigem pouso imediato.
“Se você tem um problema de despressurização e não desce para o nível seguro, todo mundo que está na aeronave pode desmaiar, já que não tem oxigênio suficiente. É muito perigoso. É uma situação realmente de emergência. Despressurizou a aeronave, você tem que descer pro nível 100 de forma imediata”, ressalta.
Piloto declarou “mayday”
Um áudio, captado pela torre de controle, mostra o piloto dizendo: “Mayday! Mayday” Mayday!”, antes de começar a descida. Segundo o especialista, a palavra em inglês é um código internacional usado para declarar emergência.
“Quando o piloto declara “mayday”, significa que a aeronave está em situação de emergência e precisa de uma atenção específica. Quando a torre de controle recebe essa mensagem do comandante da aeronave, automaticamente toda a atenção e toda a prioridade de pouso e de tráfego aéreo passa a ser dessa aeronave que está em emergência”, explica o professor.
De acordo com Oliveira, a prioridade de pouso é dada para evitar um acidente. “O intuito é tentar trazer essa aeronave para um pouso seguro. Para isso, a torre de controle auxilia o comandante a pousar em uma pista mais próxima, ou em uma que tenha mais condições técnicas para receber aquela aeronave”, afirma.
Nota da Azul
“A Azul informa que, por questões técnicas identificadas após a decolagem, o voo AD4001 (Natal-Confins) precisou voltar ao aeroporto de origem. O pouso aconteceu em segurança e os Clientes desembarcaram normalmente.
A companhia ressalta que os Clientes estão recebendo toda assistência necessária, conforme prevê a resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e serão reacomodados em outros voos.
A Azul lamenta eventuais transtornos causados e reforça que ações como essa são necessárias para garantir a segurança de suas operações”.