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segunda-feira 4 de dezembro de 2023 às 19:45h

PF investiga exploração ilegal em terra Ianomâmi e chega a possíveis ligações do cantor Alexandre Pires com mineradora

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O cantor Alexandre Pires foi alvo nesta segunda-feira (4) de um mandado de busca e apreensão em investigação da Polícia Federal para desarticular um esquema de financiamento e logística ao garimpo ilegal na Terra Indígena Ianomâmi. De acordo com o inquérito, o artista teria recebido ao menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada.

A diligência foi cumprida em um cruzeiro onde o cantor se apresentava, no litoral de Santos. A informação foi publicada pelo portal Metrópoles e confirmada pelo jornal O Globo. Procurada, a assessoria de imprensa do músico não retornou os contatos.

Segundo a PF, o esquema seria voltado para a “lavagem” de cassiterita retirada ilegalmente da terra indígena, no qual o minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba/PA, e supostamente transportado para Roraima para tratamento. As investigações apontam que a toda esta situação ocorreria apenas no papel, já que o minério seria originário do próprio estado de Roraima.

“Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas”, informou a corporação, em nota.

O inquérito aponta ainda que o esquema contaria com um empresário do ramo musical, de expressão nacional, que seria um dos responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes. Foi determinado o sequestro de mais de R$ 130 milhões dos suspeitos.

A operação chamada de Disco de Ouro é um desdobramento de uma ação da PF deflagrada em janeiro de 2022, quando 30 toneladas de cassiterita extraídas da Terra Ianomâmi depositadas na sede de uma empresa investigada estariam sendo preparadas para remessa ao exterior.

Foram cumpridos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, em Boa Vista e Mucajaí, em Roraima, além de São Paulo e Santos, Santarém, Uberlândia e Itapema. As investigações seguem em andamento.

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