Policiais federais escalados para cumprir as nova fases da Operação Faroeste na segunda-feira (14) passada encontraram um carro com placa adulterada que era utilizado pela desembargadora presa Ilona Márcia Reis. De acordo com relatório da PF, a equipe de agentes enviada para efetuar busca e apreensão em um imóvel ligado à magistrada em Arembepe “deslocou-se para Buraquinh em, Lauro de Freitas, pois obteve a informação de que um dos veículos que a mesma circulava foi localizado naquela região”.
Segundo a coluna Satélite, os policiais relataram que, por sorte, encontraram ainda no caminho o Honda HRV, com placa PLV 7B32. Ao abordá-lo, foram identificados como ocupantes o motorista particular e a empregada doméstica da desembargadora.
Ao checarem a placa do Honda no Sistema da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Sinesp), os agentes descobriram que ela pertence, na verdade, a um Gol. Para a Faroeste, a fraude permitia que a desembargadora se movimentasse sem ser rastreada pelos investigadores.
A mansão de Buraquinho onde a Faroeste prendeu Ilona Reis também foi descoberta por acaso, segundo a PF, quando os funcionários abordados no veículo com placa clonada conduziram os agentes ao endereço. Antes, os policiais apreenderam dentro do gabinete da magistrada no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) oito comprovantes de depósitos em dinheiro e transferências bancárias, quase todos de alto valor.
As transações, como mostram cópias dos comprovantes anexadas ao relatório da investigação conforme o jornal Correio, ocorreram em 4 de outubro de 2019. A data foi a mesma em que o advogado Júlio César Cavalcanti disse, na sua delação, ter repassado R$ 250 mil ao advogado Marcelo Junqueira Ayres, genro do ex-senador Walter Pinheiro (PT) e suposto operador da desembargadora na venda de sentenças.
Ao todo, foram depositados R$ 122 mil na conta de Ilona Reis e mais R$ 31,6 mil para um agente de turismo. Consta ainda transferência eletrônica de R$ 55 mil para uma corretora de câmbio.