Segundo a coluna Satélite do jornal Correio, diversos policiais federais escalados para investigar alvos da Operação Faroeste, desconfiam que suspeitos de montar um esquema de grilagem de terras por meio da suposta venda de sentenças, usaram as ligações com o corpo diplomático de Guiné-Bissau para lavar dinheiro oriundo de propinas e acordos com produtores rurais extorquidos pelo grupo liderado pelo falso cônsul Adailton Maturino.
O jornal publicou que a PF descobriu, que além da tentativa de transferir bens de luxo para a embaixada do país africano, incluindo carros importados, que o avião em nome da AMG Holding, uma das empresas investigadas pela Faroeste, tem como operador registrado na Anac Rui Barai, nome destacado da diplomacia guineense no Brasil.
Outro indício sob a mira da operação tem origem nas investidas de Adailton Maturino para estreitar relações de eventuais investidores estrangeiros como representante da Guiné-Bissau na Bahia. Em fevereiro deste ano, a imprensa noticiou o interesse do obscuro Principado de Santo Estêvão, por meio do autointitulado príncipe don Vicenzo Davide I, em investir em negócios no estado, especialmente no turismo, tendo o falso cônsul e a diplomacia dos africanos como mediadores.
Primeira prisão de Maturino
Uma investigação conduzida pelo Ministério Público do Estado do Piauí conta em detalhes como ocorreu a prisão em flagrante de Adailton Maturino por furtar um processo administrativo disciplinar movido pelo Tribunal de Justiça do Piauí contra o juiz aposentado José Ramos Dias Filho, suspeito de transferir ilegalmente 200 imóveis e fazendas para o grupo ligado ao falso cônsul. De acordo com a denúncia, após o furto, policiais do núcleo de inteligência da Civil em Teresina abordaram um Celta com adesivo da OAB, dirigido por Maturino em 2013. Na ocasião, ele disse que só tinha pego carona e correu, na tentativa de escapar do cerco, mas foi interceptado.