O Instituto Nacional de Criminalística analisou os áudios do deputado federal André Janones (Avante-MG) e confirmou sua autenticidade. A Polícia Federal verificou elementos como padrões fonéticos, vícios de pronúncia e expressões recorrentes, resultando em uma correspondência quase total, o penúltimo grau em uma escala de -4 a +4.
Segundo o Estadão, Janones já havia confirmado a autenticidade dos áudios. O delegado Roberto Santos Costa vai concluir as investigações analisando a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Janones e seus assessores.
As suspeitas surgiram após a divulgação de gravações de fevereiro de 2019, onde Janones discutia a utilização de rachadinhas para pagar despesas de campanha à prefeitura de Ituiutaba em 2016. Vários assessores já prestaram depoimentos, e alguns negaram a devolução de salários, embora os áudios revelassem inconsistências nas versões apresentadas. Novas testemunhas serão ouvidas nas próximas semanas.
Defendendo-se das acusações, Janones alegou que não era deputado ao sugerir a prática e que sua proposta foi vetada por sua advogada, nunca sendo implementada. Ele afirmou que a sugestão era para que futuros assessores ganhassem salários maiores para cobrir dívidas de campanha de 2016.
O Conselho de Ética da Câmara arquivou a acusação contra Janones no dia 5 deste mês, com o relator Guilherme Boulos (PSOL-SP) argumentando que a sugestão foi feita antes do atual mandato de Janones. Doze deputados apoiaram o arquivamento, enquanto cinco votaram contra. Boulos destacou que não discutiu o mérito da acusação, mas considerou que a sugestão de rachadinha ocorreu fora do mandato atual de Janones, protegendo sua cadeira conquistada nas eleições de 2022.