Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão da “Operação Placebo”, desencadeada nesta terça-feira (26) após autorização do Superior Tribunal de Justiça, a Polícia Federal apreendeu no Palácio Laranjeiras telefones e celulares do governador Wilson Witzel.
Os mandados tiveram por base duas investigações conduzidas pela força-tarefa da Lava-Jato no Rio e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Ambas relacionam o nome do governador do Rio, Wilson Witzel, com empresários e gestores envolvidos com desvios nos recursos destinados ao combate à pandemia do novo coronavírus no estado. Um dos indícios foi obtido por promotores estaduais após ouvir durante seis horas, na semana retrasada, o ex-subsecretário estadual de Saúde Gabriell Neves, que encontra-se preso no Presídio José Frederico Marques, em Benfica.
Outro indício que motivou as buscas e apreensões de hoje (12, no total), autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi uma prova arrecadada nas investigações da “Operação Favorito”, iniciativa da força-tarefa da Lava Jato há duas semanas, com elementos da relação entre o governador e o empresário Mário Peixoto, preso na ocasião.
Outra suposta menção a Witzel nas investigações da Favorito ocorreu durante uma ligação entre o empresário Luiz Roberto Martins Soares, um dos principais alvos da operação, e o ex-prefeito de Nova Iguaçu Nelson Bornier na qual os dois mencionaram a revogação de uma resolução conjunta das secretarias estaduais de Saúde e da Casa Civil que desqualificou o Instituto Unir Saúde para seguir à frente das UPAs do estado no ano passado.
Em nota, Witzel negou qualquer tipo de envolvimento no esquema de desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência de saúde pública.
“Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal.