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Os preços do petróleo são negociados em queda nesta segunda-feira (15) com o mercado minimizando o risco de um a escalada mais ampla da crise após o ataque do Irã contra Israel no fim de semana.
O barril do Brent para entrega em junho caía US$ 0,56, ou cerca de 0,62%, para US$ 89,89 perto das 8h de Brasília, enquanto os futuros do West Texas Intermediate (WTI) para entrega em maio recuavam US$ 0,60, ou cerca de 0,60%, para US$ 85,06 o barril.
Os índices de referência do petróleo tinham fechado em alta na sexta-feira, no nível mais alto desde outubro, em antecipação ao ataque de retaliação do Irã.
Segundo o exército israelense, o Irã enviou “um enxame de 300 drones assassinos, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro” durante a noite de sábado para domingo, um ataque que os israelenses afirmam ter frustrado em grande parte. A ofensiva iraniana, chamada de “Promessa Honesta”, é uma resposta ao ataque que destruiu o consulado iraniano em Damasco e custou a vida de sete membros do Exército de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC). O Irã acusou Israel, que não confirmou nem negou.
Possíveis impactos nos mercados
Analistas avaliam que uma maior pressão nos preços do petróleo estaria condicionada a uma guerra aberta entre Israel e Irã ou a um transbordamento do conflito na região. Uma alta na cotação do petróleo poderia provocar também uma valorização do dólar, tendo como consequências um espaço menor para cortes de juros tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.
“Evidentemente, o ataque de drones promovido pelos iranianos rompe uma barreira enorme, visto que se tratou de um ataque direto ao território israelense, proferido diretamente do Irã. Contudo, sabendo da capacidade de defesa de Israel, o ataque parece ter sido planejado para falhar, demonstrando apenas capacidade de ataque e insatisfação com o curso do conflito”, avaliou Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, em análise a clientes.
Em relatório, o banco australiano ANZ disse que não esperava uma reação imediata nos preços do petróleo após o ataque do Irã a Israel, considerando que o prêmio de risco geopolítico já estava “elevado”. Com isso, a instituição mantém o preço-alvo para o barril do Brent no curto prazo em US$ 95.
“Esperamos que a reação inicial dos mercados petrolíferos seja moderada. O ataque foi bem telegrafado e parecia planejado para infligir danos mínimos. O Irã também deixou claro que considera que se trata do fim do atual ciclo de escalada”, escreveu o banco australiano, alertando que uma continuação do conflito dependerá da resposta de Israel. “Só num caso extremo vemos que isso terá um impacto realista nos mercados petrolíferos.”
O ANZ acrescenta que, mesmo que o fornecimento de petróleo do Irã seja interrompido, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) reiterou recentemente a sua política de abastecimento, o que a deixa com capacidade ociosa e possibilidade de responder a uma eventual quebra no abastecimento.
