As ações da Petrobras desabam na Bolsa nesta sexta-feira (8) após a empresa ter divulgado uma forte queda no lucro e corte de dividendos extraordinários.
Por volta das 10h50, PETR3 tombava 13,55% e PETR4 caía 11,91% na B3. O Ibovespa recuava 1,35%.
A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 124,6 bilhões em 2023. Embora tenha sido o segundo maior da história da empresa, o montante é 33,8% inferior ao reportado em 2022, quando a companhia havia lucrado R$ 188,3 bilhões.
Os investidores reagem principalmente à decisão da Petrobras de não distribuir dividendos extraordinários, como fez em 2022.
O Conselho de Administração da estatal autorizou a e distribuição de dividendos equivalentes a R$ 14,2 bilhões referentes ao resultado da companhia no quarto trimestre de 2023, mas decidiu reter todo o potencial de dividendos extraordinários.
“Apesar dos sólidos resultados operacionais e, ainda que inferior, uma decente distribuição recorrente, acreditamos que isto ficará em segundo plano para um mercado, que a partir da decisão da empresa em não pagar dividendos extraordinários, se debruçará intensamente sobre a sua alocação de capital”, avaliou a equipe de análise da Ativa.
Menor distribuição de dividendos
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse em carta publicada junto ao balanço divulgado pela companhia, que os dividendos de R$ 72,4 bilhões, referentes ao exercício de 2023 “é um valor que se reverte para a sociedade brasileira”.
De acordo com Prates, além dos dividendos, o país também se beneficia com a arrecadação de impostos, com a estatal em 2023 pagando R$ 240 bilhões em tributos, e os sucessivos recordes de valor de mercado desde que assumiu a gestão da companhia, em janeiro de 2023.
Evolução dos dividendos pagos pela PetrobrasEm 2022, a empresa desembolsou R$ 194,6 bilhões em dividendos, enquanto em 2023 foram pagos R$ 98,1 bilhões em dividendos. Ou seja, uma queda de 49,5%.
Nos últimos três anos, a estatal distribuiu dividendos significativos. Segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria. Em 2022, a empresa foi a maior distribuidora de dividendos aos seus acionistas na América Latina e nos EUA. “O volume de dividendos somados da estatal entre 2010 e 2020 foi de R$ 59,2 bilhões, um valor inferior ao desembolsado em 2021, quando a empresa pagou R$ 72,7 bilhões”, diz Einar Rivero, sócio-fundador da consultoria.