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segunda-feira 29 de maio de 2023 às 07:04h

Petrobras projeta primeira biorrefinaria do país

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Dez anos após o auge do polo naval, a Petrobras volta a investir em Rio Grande, no sul do Estado. O presidente da empresa, Jean Paul Prates, assina nesta segunda-feira (29), no município, termo de cooperação técnica que visa tornar a Refinaria Riograndense a primeira biorrefinaria do país.

O anúncio será feito em almoço no Clube do Comércio de Rio Grande, durante solenidade com a presença do governador Eduardo Leite, autoridades locais e executivos das controladoras da refinaria — a própria Petrobras, a Braskem e o grupo Ultra. Após a solenidade, os convidados visitam a refinaria.

Com investimento inicial de R$ 45 milhões, a Petrobras pretende produzir biocombustíveis e insumos para a indústria petroquímica a partir de matéria-prima 100% renovável. O planejamento prevê a transformação de óleo de soja refinado em biodiesel, gás liquefeito verde e bio-aromáticos, como benzeno, tolueno e xileno, usados na produção de borracha sintética, nylon e PVC. A inclusão do biorrefino em Rio Grande faz parte de um pacote da Refinaria Riograndense que projeta investimentos de até R$ 3,5 bilhões na ampliação da unidade nos próximos cinco anos.

Atualmente, a planta processa 17 mil barris de petróleo ao dia, produzindo gasolina, diesel, óleo combustível, combustível de navio e nafta petroquímica. Essa cadeia será mantida em paralelo aos testes de biorrefino, sem alteração da produção diária. A unidade, porém, sofrerá pequenos ajustes para efetuar a transformação, via craqueamento catalítico fluído (FCC), de até 500 metros cúbicos de óleo de soja ao dia.

Testes programados

O planejamento prevê um teste inaugural, em novembro, com o processamento de 2 mil toneladas de soja durante cinco dias. Será o primeiro experimento em escala industrial da tecnologia desenvolvida pela Petrobras no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes) da empresa, no Rio de Janeiro. Até então, os testes haviam sido realizados somente em laboratórios e simuladores.

— Já existem processos de biorrefino no país, mas usando pequenas porcentagens de produtos biorrenováveis. A nossa ideia é fazer com 100% de matéria-prima renovável. Por isso, avançamos para uma nova etapa, com o teste em planta industrial. O risco de dar errado é zero ou muito próximo disso — garante o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos José do Nascimento Travassos.

A refinaria está praticamente pronta, diz a GauchaZH, para o primeiro teste. Os R$ 45 milhões serão usados sobretudo na aquisição de matéria-prima e insumos, com pequenas adaptações no maquinário. As inovações serão concentradas basicamente no segundo teste, previsto para junho de 2024, quando haverá coprocessamento, com 90% de carga de petróleo e 10% de óleo de soja. A partir do êxito dos experimentos, será deflagrado o início da produção industrial.

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