A Petrobras solicitou à Agência Nacional do Petróleo (ANP) a prorrogação do prazo fixado pelo órgão regulador para a companhia definir os planos futuros que tem em relação a 254 campos em terra e em águas rasas marítimas, e que, atualmente, estão com queda na produção. De acordo com o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, no ano passado, a agência determinou à Petrobras uma definição de quantos desses campos pretende manter a concessão e quantos pretende se desfazer.
A ANP já recebeu essas informações, que, segundo Oddone, são sigilosas, e deu prazo até junho deste ano para a petroleira apresentar os planos de investimentos para a os campos que decidiu manter em seu poder, assim como vender as áreas que não pretende continuar, também até junho. A Petrobras, diz Oddone, solicitou uma prorrogação desse prazo, o que está sendo avaliado pela ANP.
Com a mudança da diretoria da Petrobras, presidida agora por Roberto Castello Branco, Décio Oddone acredita que a empresa Petrobras poderá apresentar um novo plano e aumentar o número dos blocos que pretende se desfazer:
— Acho que a Petrobras pode ser mais agressiva na venda de blocos em terra e em águas rasas. Estou falando só pelo que ouvi no discurso de posse de Castello Branco.
Segundo o executivo, boa parte dos campos que a Petrobras informou que pretende se desfazer está incluída no projeto Topázio, que faz parte do plano de desinvestimento das empresas de vários campos terrestres, e do projeto no mar.
De acordo com Décio Oddone, a exigência da ANP é importante para forçar a Petrobras, que está priorizando suas atividades na exploração de petróleo no pré-sal, decidir o que fazer em relação a esses campos de menor retorno para a companhia, mas que poderão permitir o surgimento de uma indústria nacional de petróleo de pequeno e médio portes.