A Petrobras demitiu um gerente de alto escalão, sem justa causa, após constatar que ele negociou ações da empresa durante o chamado “período de silêncio”, disseram quatro fontes com conhecimento do assunto nesta segunda-feira.
Cláudio Costa, gerente executivo de Recursos Humanos, vendeu ações da companhia nas semanas anteriores à divulgação dos resultados anuais da empresa no final de fevereiro, o que é uma violação regulatória no Brasil, disseram as fontes, todas familiarizadas com a investigação da empresa sobre a questão.
As negociações ocorreram pouco antes de o presidente Jair Bolsonaro anunciar que não iria renovar o mandato do então presidente-executivo Roberto Castello Branco, em fevereiro, um acontecimento que fizeram as ações da Petrobras desabarem, disseram as fontes, que pediram anonimato para discutir assuntos privados.
Três das fontes disseram que a empresa considerou o momento das negociações importante, mas a companhia não determinou se as leis relativas a informações privilegiadas foram violadas ou não.
Castello Branco aprovou pessoalmente a demissão do gerente -executivo, disse uma das fontes.
Costa encaminhou a Reuters à assessoria de imprensa da Petrobras.
Em nota, a Petrobras confirmou a demissão de Costa, mas não respondeu aos pedidos de comentários sobre os motivos de sua demissão. A empresa adiantou que Pedro Brancante, chefe de gabinete de Castello Branco, assumirá o seu lugar interinamente.
As ações preferenciais da Petrobras acumulam queda de 15,9% no ano até agora. Castello Branco deve ser oficialmente substituído em meados de abril por Joaquim Silva e Luna, general aposentado que já administrou a hidrelétrica de Itaipu, na fronteira com o Paraguai.
A revista brasileira Crusoé relatou anteriormente que Costa havia sido demitido em meio a suspeitas de negociação de ações com informações privilegiadas.