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terça-feira 30 de abril de 2019 às 14:41h

Petições virtuais – a força política de um clique

POLÍTICA


Abaixo-assinados feitos em plataformas online ostentam uma quantidade megalomaníaca de assinaturas. Mas seu “contra” ou “a favor” faz diferença ou não passa de ativismo de sofá?

Se você não esteve trancado em uma caverna nos últimos quinze anos, já deve ter recebido algum e-mail ou convite pelas redes sociais para assinar uma petição online pela cassação de um político, pelo fim do desmatamento na Amazônia, pela preservação de uma aldeia indígena, pela construção de uma ciclovia ou contra uma empresa que não respeita os direitos de seus consumidores.

Atualmente, pessoas de todo o planeta se mobilizam com abaixo-assinados virtuais – as duas maiores plataformas de petições do mundo, Change.org e Avaaz, têm respectivamente 160 milhões e 80 milhões de usuários. Mas exigir um direito ou lutar por uma causa com a força de um clique funciona ou é apenas um mecanismo de cidadania placebo? O que acontece com o e-mail que você assinou a favor da liberação do canabidiol para fins medicinais ou contra o limite de franquia de dados para internet fixa?

Até outubro do ano passado, a psicóloga Monica Mastrantonio também não sabia. A mãe dela, Maria Lucia, sofre de Alzheimer e precisa se deslocar duas vezes por ano de Londrina, onde mora no interior do Paraná, a São Paulo para ir ao médico. Mas a doença afeta a memória e o senso de direção de Maria Lucia. A cada viagem, Monica, que vive na capital paulista, contratava um acompanhante para guiar a mãe durante o percurso, o que duplicava os custos: dois bilhetes de ida e dois de volta.

A psicóloga chegou a procurar as companhias para saber se ofereciam um serviço semelhante ao registro de menor desacompanhado em vôos, mas nenhuma empresa aérea no Brasil tinha essa opção para idosos. Engessada pela falta do serviço, Monica criou um abaixo-assinado no site Change.org pedindo que as empresas aéreas ajudem passageiros idosos e com algum tipo de deficiência cognitiva no embarque e desembarque. Em dois meses, a petição teve mais de 32 mil apoiadores e, no final de março, Maria Lucia fez a primeira viagem acompanhada por um funcionário da Gol. Isso foi em 2016. Desde de então, o passageiro pode pedir gratuitamente o auxílio assim que comprar a passagem e terá essa garantia ligada a seu código de reserva do bilhete. “Fiz o abaixo-assinado na época como última tentativa, não sabia o que esperar. Divulguei entre meus amigos e familiares, mas não pensei que fosse tão rápido. Fiquei muito feliz em ver que milhares de pessoas se solidarizaram pela causa, e que agora não só a minha mãe pode viajar, mas outros idosos também conquistaram essa autonomia”.

 

Por Pâmela Carbonari

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