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sábado 10 de setembro de 2022 às 08:10h

Pesquisa Ipec: Nordestinos se preocupam muito com segurança pública

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Pesquisa feita pelo Ipec sob encomenda para a série Tem Solução, do jornal O Globo, revela que, nos últimos quatro anos, 14% dos brasileiros foram vítimas de assaltos com armas de fogo. A porcentagem, entretanto, chega a 21% quando os entrevistados são moradores de capitais do país — ou seja, um a cada cinco habitantes das maiores cidades brasileiras já foram vítimas de criminosos armados. A proporção também aumenta entre os moradores da região Nordeste (18%) e também entre os dois extremos da pirâmide de renda: 17% dos entrevistados que ganham até um salário mínimo afirmaram ter sido vítimas desse tipo de crime, assim como 18% daqueles com rendimento superior a cinco salários mínimos.

Os roubos caíram no Brasil nos últimos quatro anos, mas algumas modalidades vêm aumentando desde o fim das medidas de distanciamento social impostas pela pandemia. Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, roubos de celular, por exemplo, caíram de 560.585 em 2018 para 478.949 em 2020 (15% a menos). Já em 2021, os casos voltaram a subir, para 481.694 (1% a mais). O mesmo movimento de crescimento pós-isolamento social aconteceu com roubos a comércios (crescimento de 7%) e residências (5,4%).

— Há uma mudança em curso na dinâmica da violência urbana, sobretudo nos crimes contra o patrimônio. Roubos de celular estão sendo associados a golpes, quando o criminoso usa o aparelho para fazer transferências. Por isso, a insegurança nas cidades também passa a ser relacionada a essas novas modalidades — afirma Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Segurança perde para outros temas no ranking das principais preocupações

Por outro lado, pesquisa do Ipec também mostra que, nos últimos quatro anos, brasileiros passaram a se preocupar menos com sua segurança. A porcentagem das pessoas que consideram a violência um dos três problemas mais graves do Brasil despencou: passou de 38% em 2018 para apenas 17% em julho de 2022 — ou seja, caiu mais do que a metade. No ranking de prioridades, o tema saiu dos cinco mais mencionados pela população: passou de quarto para sexto, e foi ultrapassado por inflação e educação. No entanto, apesar da queda, a insegurança segue impactando o cotidiano da maioria das pessoas: 79% dos entrevistados afirmaram que deixam de fazer alguma atividade, como sair à noite, andar com dinheiro e usar o transporte público, por medo da violência.

Leia aqui os outros temas da série Tem Solução, que investiga os principais problemas do país a partir de dois levantamentos inéditos do Ipec. A primeira pesquisa foi feita de forma presencial com 2 mil eleitores com 16 anos ou mais, entre 1 e 5 de julho em 128 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos. A segunda, feita com 2 mil pessoas na internet com 16 anos ou mais das classes A, B e C, entre 20 e 27 de julho, com margem a mesma margem de erro em um intervalo de confiança de 95%.

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