O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega ao terceiro mandato visto como representante do povo e defensor dos mais pobres por 61% dos brasileiros, como mostra pesquisa Ipec divulgada neste último domingo pela coluna Pulso. O petista supera seu antecessor imediato, Jair Bolsonaro (PL), identificado como uma liderança do povo por 32%.
O Ipec perguntou aos entrevistados se concordavam com a afirmação de que “Lula é do povo e defende os mais pobres”. Cerca de um terço discordou total ou parcialmente da frase (35%), enquanto 2% não concordaram nem discordaram e outros 2% afirmaram não saber ou não responderam. Já questionados sobre Bolsonaro, 61% discordaram, totalmente ou em parte, da afirmação. Outros 4% não concordaram nem discordaram e 3% disseram não saber ou não responderam.
O presidente Lula performa melhor entre as classes mais baixas e pessoas com baixa escolaridade, segmentos mais contemplados por políticas sociais implementadas durante seus dois primeiros mandatos (2003-2010) e retomadas ou aperfeiçoadas neste ano. É o caso do Bolsa Família, que passa a ter benefício mínimo de R$ 600, do Farmácia Popular e do programa Minha Casa Minha Vida, que vai privilegiar a Faixa 1, voltada para famílias mais pobres.
Nas faixas de renda, o petista se destaca como representante popular entre quem recebe até um salário mínimo (71%) e entre um e dois salários-mínimos (61%). Jovens entre 16 e 24 anos (66%) e idosos com mais de 60 anos (64%) também estão entre os segmentos que mais concordam com a afirmação, bem como pessoas com somente Ensino Fundamental completo (68%) e moradores da região Nordeste (77%).
Lula também tem forte identificação como líder do povo e defensor dos mais pobres entre negros (64%), autodeclarados pretos e pardos, e entre mulheres (62%), grupos historicamente simpatizantes do presidente.
Bolsonaro, por outro lado, é mais associado como uma liderança em prol da população mais pobre por brancos (36%), evangélicos (44%), pessoas que recebem mais de cinco salários mínimos (38%) e entre moradores das regiões Norte e Centro-Oeste (41%), segmentos em que o ex-presidente costuma ter taxas mais altas de aprovação.
A pesquisa do Ipec foi a campo no período de 2 a 6 de março e realizou entrevistas presenciais com 2 mil pessoas de 16 anos ou mais em 128 municípios do país. A margem de erro é estimada em dois pontos percentuais para mais ou para menos, mas varia quando são analisados recortes menores do universo total pesquisado.