O Congresso dos Estados Unidos passará por uma reconfiguração a partir de 8 de novembro. A data marca o início das chamadas eleições de meio de mandato norte-americanas.
O pleito também decidirá o governo de 36 dos 50 Estados dos EUA e é considerado decisivo para o presidente Joe Biden. Isso porque, atualmente, os democratas controlam a Câmara dos Deputados com uma margem pequena.
Segundo o portal Poder 360, dos 435 assentos, o Partido Democrata tem 220 contra 212 dos republicanos. Três vagas estão desocupadas por renúncia ou morte de congressista. De acordo com uma pesquisa do jornal digital Politico, a legenda pode ter ao menos 213 cadeiras.
O Senado, com 100 cadeiras, também é controlado pelos democratas por 1 voto. A composição atual é de 50-50. Mas tem a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, como critério de desempate.
As eleições de 2020, que decidiram a atual composição do Legislativo norte-americano e elegeu Biden, também marcaram uma vitória inesperada para os Democratas. Foi a 1ª vez desde 2008 que o partido ganhou a maior parte do Congresso e elegeu um representante para a Casa Branca, o que ajudou o presidente dos EUA em negociações com os congressistas para aprovar algumas propostas.
Para as eleições de novembro de 2022, os 3 cenários possíveis podem mudar a forma de governo de Biden:
1) os democratas manterem o controle do Congresso. Isso facilitaria a governabilidade do presidente para aprovar projetos que seguem paralisados, como a proposta relacionada ao acesso ao aborto.
2) os republicanos ganharem apenas uma Casa Legislativa. Com isso, eles conseguiriam bloquear algumas propostas da Casa Branca e dificultar o governo de Biden.
3) os republicanos ganharem a Câmara e o Senado. O que seria ainda mais difícil para o presidente norte-americano.
Levantamentos realizados por veículos norte-americanos indicam o 2º cenário como o provável até o momento. Os eleitos iniciarão seu mandato em 3 de janeiro de 2023.
Câmara dos EUA
A Câmara dos Deputados nos EUA é renovada em sua totalidade a cada 2 anos: nas eleições gerais e nas de meio de mandato.
Cada um dos 50 Estados norte-americanos é dividido segundo o Poder 360, pelo número de distritos que elegem 1 deputado. A quantidade de distritos são proporcionais ao tamanho de sua população. A Califórnia, por exemplo, tem 53 distritos. Já Nova York tem 27.
Segundo pesquisa do jornal digital Politico, a Casa Legislativa tende a ser republicana. O levantamento mostra os republicanos com 213 assentos até o momento, 5 a menos dos 218 necessários para se ter a maioria.
Desses:
- 159 são classificados como republicanos “sólidos”, o que significa que muito dificilmente um candidato democrata vai conseguir reverter o cenário;
- 39 são “prováveis” republicanos; e
- 17 são “talvez” republicanos.
Já para os democratas, faltam 23 cadeiras para que a legenda alcance a maioria de 218. Eles aparecem com 195, sendo:
- 146 classificados como democratas “sólidos”;
- 22 são “prováveis” democratas; e
- 24 são “talvez” democratas.
Outros 28 assentos seguem indefinidos.
A CNN norte-americana também indica que o Partido Republicano está mais perto de conseguir a maioria. De acordo com o levantamento do veículo, os republicanos são os favoritos para conseguir 212 assentos contra 205 dos democratas. Outros 18 lugares estão indefinidos.
Senado dos EUA
Cada um dos 50 Estados norte-americano tem direito a 2 assentos. Renova-se ⅓ do Senado a cada 2 anos: nas eleições gerais e nas de meio de mandato. Isso significa que, das 100 cadeiras, só 35 serão reconfiguradas nas eleições de 8 de novembro deste ano.
Dos 35 Estados que elegerão novos senadores –um assento para cada– a configuração atual é de 14 cadeiras democratas contra 21 republicanas.
No levantamento do Politico, a composição do Senado segue indefinida. Onze Estados devem eleger um candidato do Partido Democrata. Já 19 tendem a escolher um congressista do Partido Republicano. Eles são classificados da seguinte forma:
- Democratas “sólidos”: Califórnia, Havaí, Illinois, Maryland, Nova York, Oregon e Vermont.
- “Prováveis” democratas: Connecticut e Washington.
- “Talvez” democratas: Colorado e New Hampshire.
- Republicanos “sólidos”: Alabama, Alasca, Arkansas, Carolina do Sul, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Idaho, Indiana, Kansas, Kentucky, Louisiana e Oklahoma. O último Estado decidirá novos senadores para ocupar os seus 2 assentos ao invés de 1. Uma eleição especial teve que ser convocada porque o senador James M. Inhofe se aposentou.
- “Prováveis” republicanos: Iowa, Missouri e Utah.
- “Talvez” republicanos: Carolina do Norte, Flórida e Ohio.
O veículo ainda não estimou a tendência em 5 Estados: Arizona, Geórgia, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin. Esses Estados podem fazer a balança pesar favoravelmente tanto para um lado quanto para o outro.
Das vagas nos 5 Estados indefinidos:
- Arizona, Geórgia e Nevada são atualmente democratas;
- Pensilvânia e Wisconsin, republicanos.
A CNN norte-americana indica que o Partido Republicano está mais perto de conseguir a maioria no Senado. De acordo com o levantamento do veículo, os eleitores tendem a eleger 20 republicanos contra 12 democratas. Geórgia, Nevada e Pensilvânia seguem indefinidos.