A nova pesquisa do Instituto Paraná sobre o cenário político nacional detectou sinais de avanço do bolsonarismo no Nordeste, até então o principal reduto do PT. Na sondagem realizada de 28 de novembro a 1º de dezembro, o presidente Jair Bolsonaro lidera as intenções de voto entre o eleitorado da região em todos os três cenários referentes à sucessão de 2022.
No primeiro, conforme a coluna Satélite do jornal Correio, aparece com 26,3%, seguido pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), o ex-ministro Sergio Moro e o apresentador Luciano Huck, respectivamente, citados por 15,9%, 12,1%, 9,9% e 8% dos nordestinos. No terceiro, tem 27,8%, contra 18,5% de Ciro, 15% de Haddad, 10,6% de Huck e 2,9% do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
O resultado mais significativo vem do segundo cenário. Mesmo empatados na margem de erro de dois pontos, Bolsonaro obteve 25,8% no Nordeste, ante 23,6% do ex-presidente Lula (PT), que era considerado imbatível na região.
Outro sinal de que Bolsonaro vem crescendo no Nordeste surgiu com a avaliação sobre seu desempenho de acordo com a coluna.
Segundo o levantamento do Instituto Paraná, a gestão do presidente é aprovada por 42,6% e desaprovada por 50,6% dos entrevistados na região. Considerando a margem de erro, os índices positivos de Bolsonaro estão perto de alcançar a metade dos eleitores nordestinos, parcela que ainda responde pelo maior percentual de avaliação negativa atribuída a ele pela pesquisa. No Sudeste, a desaprovação do presidente é de 46,2%, ante 39,1% do Sul, Norte e Centro-Oeste.
Para o diretor-geral do instituto, Murilo Hidalgo, os números mostraram com nitidez a ascensão do presidente no território controlado há mais de 15 anos pelo PT. “Sem dúvida, é clara tendência de fortalecimento de Bolsonaro na região. Dois fatores estão por trás. Um é o efeito do auxílio emergencial, do mesmo jeito que o Bolsa-Família foi por muito tempo o trunfo dos petistas. O outro tem a ver com a exaustão do PT. Porém, o dado de maior importância da pesquisa é que a direita vem ganhando espaço onde a esquerda tinha domínio majoritário”, destacou Hidalgo.