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sexta-feira 2 de setembro de 2022 às 09:29h

Pesquisa Datafolha: 3ª via cresce, Lula avança em reduto agro e Bolsonaro sobe no Sudeste

DESTAQUE, ELEIÇÕES 2022, NOTÍCIAS


Os dados da pesquisa mais recente do Instituto Datafolha, divulgados na quinta-feira (1º/09), mostram um crescimento acima da margem de erro na somatória dos candidatos da chamada terceira via. O levantamento é o primeiro do instituto depois do início do horário eleitoral gratuito de rádio e TV, das sabatinas com candidatos à Presidência da República realizadas pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, e do primeiro debate entre presidenciáveis promovido por um grupo de veículos de comunicação, no domingo (28).

Apesar disso, a pesquisa continua mostrando relativa estabilidade entre os líderes. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece na liderança com 45% das intenções de voto (antes estava com 47%), seguido pelo presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), com 32% (antes também com 32%).

Os dados também mostram movimentações nas intenções de voto importantes como a aparente redução da vantagem de Lula na região Sudeste, o avanço do petista na região Centro-Oeste e a estabilidade da diferença entre o petista e Bolsonaro entre eleitores evangélicos.

A pesquisa entrevistou 5.734 pessoas em 285 municípios entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

1. Terceira via cresce e vitória do PT no primeiro turno parece mais longe

Os dados do Datafolha mostram que houve um crescimento acima da margem de erro na soma dos candidatos que vêm logo atrás de Lula e Bolsonaro. Na última pesquisa, eles somavam 10% das intenções de voto. Agora, somam 17%.

O candidato mais bem posicionado do grupo é Ciro Gomes (PDT). Em agosto, ele aparecia com 7% das intenções de voto. Agora, ele oscilou dois pontos percentuais para cima (dentro da margem de erro) e apresenta 9%.

Simone Tebet (MDB), apontada pelo Datafolha como a candidata com melhor desempenho durante o debate promovido por um grupo de veículos de imprensa no domingo (28/8), saiu de 2% para 5%, variação acima da margem de erro.

Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe D’Ávila (Novo) e Pablo Marçal (Pros) têm 1% cada um.

Ao mesmo tempo em que esse grupo de candidatos viu suas intenções de voto subir, Lula, que vem liderando as pesquisas há meses, teve uma oscilação negativa dentro da margem. Na última pesquisa, ele aparecia com 47%. Agora, têm 45%.

Bolsonaro, por sua vez, se manteve estável com os mesmos 32% de intenções de voto registrados na última pesquisa.

O crescimento das intenções de voto da chamada terceira via tornou ainda mais improvável a possibilidade de que Lula vença no primeiro turno.

Analisadas apenas as intenções de votos válidos (excluídos os brancos e nulos), Lula teria, agora, 48%. Para vencer no primeiro turno, ele precisaria ter mais de 50%. Na última pesquisa, Lula aparecia com 51%.

A disputa em um eventual segundo turno também teve oscilação dentro da margem de erro. Lula aparece na pesquisa mais recente com 53% dos votos e Bolsonaro, com 38%. E meados de agosto, Lula tinha 54% e Bolsonaro, 37%. Em julho, Lula tinha 55% e Bolsonaro, 35%.

2. Vantagem de Lula no Sudeste cai

Outro dado negativo para a campanha de Lula trazido pela pesquisa Datafolha é a aparente redução da sua vantagem em relação a Bolsonaro na região Sudeste. A vantagem de Lula caiu pela metade.

A liderança na região é estratégica porque ela concentra 66 milhões de eleitores e eleitoras, o equivalente a 42% de todos os votos do país.

Na última pesquisa, a distância entre Lula e Bolsonaro era de 12 pontos percentuais. O petista tinha 44% e o presidente tinha 32%. Agora, Lula aparece com 41% e Bolsonaro com 35%, uma diferença de seis pontos percentuais.

3. Lula avança em reduto agro

Se por um lado, Lula vê sua liderança diminuindo no Sudeste, por outro sua campanha parece estar revertendo uma tendência em um reduto importante para a base bolsonarista: o Centro-Oeste. A região é o principal polo do agronegócio do país e, nos últimos anos, vinha apontando consistente apoio ao presidente.

Os dados do Datafolha, no entanto, mostram uma tendência de alta nas intenções de voto de Lula na região. Na última pesquisa, Bolsonaro liderava com 42% contra 36% de Lula. Agora, Lula aparece com 39% contra 37% de Bolsonaro.

De acordo com o instituto, no entanto, a margem de erro nessa região é de sete pontos percentuais para mais ou para menos.

4. Evangélicos: diferença entre Lula e Bolsonaro fica estável

Os dados da pesquisa mais recente do Datafolha mostram estabilidade na diferença das intenções de voto entre Bolsonaro e Lula no segmento evangélico.

No levantamento divulgado no dia 18 de agosto, Bolsonaro tinha uma vantagem de 17 pontos percentuais em relação a Lula. Ele aparecia com 49% e o petista tinha 32%. Na pesquisa divulgada ontem, Bolsonaro aparece com 48% e Lula tem os mesmos 32%.

Neste segmento, a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Entre os católicos, Lula segue na liderança, com 51% das intenções de voto contra 28% de Bolsonaro. Na comparação com o último levantamento, a diferença entre os dois oscilou dois pontos percentuais para menos. No dia 18 de agosto, Lula tinha 52% contra 27% de Bolsonaro.

5. Lula mantém liderança entre mulheres

Os dados da pesquisa apontam ainda que Lula se mantém na liderança entre o eleitorado feminino em relação a Bolsonaro. No levantamento divulgado ontem, Lula aparece com 48% das intenções de voto contra 28% de Bolsonaro, uma diferença de 20 pontos percentuais. Em relação à pesquisa anterior, Lula oscilou um ponto percentual para cima e Bolsonaro um ponto percentual para baixo.

No público masculino, a diferença entre os dois se reduziu.

Lula tem 43% contra 37% de Bolsonaro. Uma diferença de seis pontos percentuais. Na pesquisa anterior, essa diferença era de onze pontos percentuais, quando Lula tinha 46% e Bolsonaro 35%.

A manutenção da liderança de Lula entre as mulheres é considerada estratégica para a campanha do petista, uma vez que as mulheres representam 52,6% do eleitorado total.

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