O ex-presidente golpista do Peru, Pedro Castillo, ficou durante a noite entre esta quarta (7) e quinta-feira (8) na sede da Diretoria de Operações Especiais (Diroes), no distrito de Ate. É o mesmo local em que está detido o ex-ditador Alberto Fujimori, que governou o país entre 1990 e 2000 até ser preso por corrupção e abusos dos direitos humanos.
Quem também já esteve preso no local foi o ex-presidente peruano Ollanta Humala, acusado de receber propina das construtoras OAS e Odebrecht. Depois de ficar em um complexo policial no centro de Lima por cerca de sete horas, Castillo foi levado de helicóptero até o Diroes.
O agora ex-presidente do país acabou preso após divulgar mensagem na qual anunciou o fechamento temporário do Congresso e a convocação de novas eleições parlamentares. No entanto, o Congresso Nacional do Peru agiu rapidamente e com 101 votos a favor, 6 contra e 10 abstenções, aprovou a vacância por incapacidade moral de Pedro Castillo.
Jornais peruanos chegaram a divulgar que, após anunciar o golpe, Pedro Castillo pretendia pedir asilo na Embaixada do México. Os militares que acompanhavam o golpista, no entanto, perceberam a manobra e impediram a tentativa de fuga.
O chefe da escolta presidencial, major Luis Alarcón Trujillo, avisou para o coronel Walter Bryan Erick Ramos Gómez, chefe da Divisão de Segurança Presidencial, e para o comandante Miguel Ángel Carpio Zúñiga, chefe do Departamento de Escolta de Segurança Presidencial, que havia um “deslocamento com endereço desconhecido”.
Com a saída de Castillo, quem assumiu o comando do país foi a até então vice-presidente do Peru, Dina Boluarte. Assim, ela se torna primeira mulher presidente do Peru e permanecerá no mandato até julho de 2026. É a sexta vez que o país tem um novo presidente em menos de cinco anos.