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quinta-feira 30 de março de 2023 às 18:10h

Pedido de recuperação judicial deixa trabalhadores da Itaipava temerosos na Bahia

JUSTIÇA, NOTÍCIAS


Com dívidas do grupo estimada em R$ 4,2 bilhões, o Grupo Petrópolis, dono das cervejas Itaipava, Black Princess e Cacildes, entrou em recuperação judicial na última segunda-feira (27). A empresa tem uma de suas fábricas em Alagoinhas, no interior da Bahia, e os funcionários estão temerosos com o futuro.

Inaugurada em 2013, a fábrica tem 680 pessoas diretamente empregadas, que não recebem o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço desde novembro de 2021 e temem que a crise reflita em uma falência.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Bebidas da Bahia (Sindibeb), Alberto Evangelista, reclama em entrevista a Luísa Carvalho, do portal Metro1, sobre a falta de contato direto da fábrica com os trabalhadores, que tiveram um pedido de reunião com a empresa negado.

Além da falta de repasse do FGTS, que passará a ser recebido de forma parcelada através de diálogo com a Caixa Econômica Federal, os empregados também não tiveram participação no lucro nos últimos dois anos. Para o sindicato, a comunicação feita apenas por meio de uma nota, aumenta a sensação de incerteza.

Os trabalhadores também se preocupam com a possibilidade da empresa não conseguir arcar as dívidas posteriormente. “A tendência é que a empresa fique ainda mais descapitalizada”, afirmou Alberto Evangelista.

O receio também é que, numa situação de falência da empresa, ela seja comprada pelo Grupo Heineken, que já tem uma planta em funcionamento em Alagoinhas. “Caso isso aconteça, o número de desemprego vai ser muito grande porque dificilmente uma mesma empresa vai manter duas plantas daquela envergadura num mesmo município, a seis, sete km de distância”, disse o sindicalista.

Por outro lado, a prefeitura de Alagoinhas informou ao Metro1 que não há motivo para temer a paralisação de funcionamento da planta ou demissões. “Temos uma relação muito boa com a empresa e estivemos em diálogo com diretores que garantiram que não há possibilidade de paralisação das atividades”, declarou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Fagundes. “Talvez, neste momento, o reflexo apareça em possíveis investimentos em empresas que fornecem insumos para a Petrópolis. O município, em si, pode deixar de ganhar, mas não perde”, acrescentou.

O economista Edval Landulfo também analisa que, embora sempre haja risco, a dívida do Grupo Petrópolis é considerada baixa dentro do setor e a fábrica tem condições de honrar seus compromissos com fornecedores.

“Quando a empresa pede recuperação judicial é para ganhar fôlego e empurrar essas dívidas para frente. Ela agora tem um fôlego para se organizar e uma dívida pequena, que dá para resolver num prazo curto, de até 2 anos”, explicou.

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