A briga entre alas do PDT em torno dos rumos do diretório do partido no Ceará vai ganhar novos capítulos em breve de acordo com a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, desta vez no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na sexta-feira (17), o diretório nacional pedetista acionou a Corte pedindo a derrubada da decisão da Justiça do Ceará que suspendeu a intervenção do partido no diretório cearense. A ordem do juiz Cid Peixoto do Amaral Neto foi uma vitória do senador Cid Gomes, que havia sido retirado do comando do PDT do Ceará pela intervenção.
A interferência no diretório cearense foi definida em 27 de outubro, pela Executiva Nacional do PDT. A decisão foi tomada a partir da Comissão Nacional de Ética e Disciplina Partidária do partido, diante do que se considerou como falhas graves na condução da sigla no estado.
Cid Gomes está em pé de guerra com seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, sobretudo quanto ao posicionamento do PDT em relação ao governo estadual e às eleições municipais de 2024. Cid defende aliança com a gestão do petista Elmano de Freitas e com o PT nas eleições, especialmente em Fortaleza. Ciro e seu grupo resistem, e as diferenças escalaram publicamente nas últimas semanas, com Cid sinalizando que pode deixar o PDT.
Assinada pelo presidente em exercício do PDT, deputado André Figueiredo (CE), um aliado de Ciro, a ação no STF alega que, ao suspender a intervenção, em decisão no último dia 10, a 3ª Vara Cível de Fortaleza feriu um entendimento do STF a respeito da autonomia partidária. A reclamação sustenta que o processo ético-disciplinar que culminou na intervenção seguiu as normas internas e respeitou o direito à defesa. Assim, a Justiça não poderia interferir.
O ministro Dias Toffoli será o responsável por analisar o pedido do PDT.