Em convenção nacional do partido, o PDT decidiu que todos os parlamentares da sigla no Congresso devem votar contra a proposta de reforma da Previdência.
O governo do presidente Jair Bolsonaro esperava conseguir apoio de alguns deputados do PDT, que, apesar de ser da oposição, defendeu a necessidade de uma reforma da Previdência durante a campanha eleitoral.
Derrotado na disputa à presidência da República, Ciro Gomes propôs mudanças nas regras para aposentadorias e pensões como forma de ajustar as contas públicas.
Na campanha, que disputou contra Bolsonaro, ele também declarou ser a favor da troca de regime previdenciário, criando um sistema de capitalização, no qual cada trabalhador faz a própria poupança para bancar a aposentadoria.
Essa substituição está na proposta do governo, que foi enviada ao Congresso em fevereiro.
Ciro não esteve na reunião desta segunda-feira (18), em Brasília, mas enviou um vídeo aos correligionários.
“É um momento também de ir preparando a tática, ou ir ajustando a tática, para os primeiros enfrentamentos práticos, objetivos como, por exemplo, ajudar o nosso povo a entender as perversidades tremendas que estão entranhadas nas 66 páginas da reforma da Previdência proposta pelo presidente Jair Bolsonaro.”
No vídeo, ele também criticou o governo e disse que o país passa por um momento difícil que, na avaliação de Ciro, tende a se agravar.
De acordo com a decisão do partido, os deputados e senadores que votarem a favor da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma da Previdência poderão ser punidos por descumprirem a ordem da legenda.
O PDT tem 28 deputados e quatro senadores.
Interlocutores de Bolsonaro no Congresso acreditavam que o PT tomaria uma decisão contrária à PEC, mas esperavam uma abertura para dialogar com o PDT.
O deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE) já foi citado como um dos cotados para presidir a comissão especial que irá analiar a PEC da reforma da Previdência.