O PDT lançou neste último sábado (30) o Movimento Cristãos Trabalhistas, com o objetivo de aproximar o partido das igrejas evangélicas e católicas. Durante ato em Brasília, o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, disse que a extrema direita “cooptou” segmentos da sociedade e tenta se apropriar do cristianismo, numa crítica velada ao presidente Jair Bolsonaro.
“Querem impor a ideia de que todo cristão, sobretudo os evangélicos, é conservador e de direita, mas isso não é verdade”, disse Lupi. “A criação do Movimento Cristãos Trabalhistas do PDT, um diferencial na política atual, vem justamente para mostrar a outra face da cristandade, inclusive, arrisco a dizer que é a verdadeira face de amor, solidariedade e fraternidade”, emendou.
A Convenção Nacional do Movimento Cristãos Trabalhistas contou também com a presença do pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, e de Cabo Daciolo, que deve se lançar ao Senado pelo partido no Rio de Janeiro.
Os presentes exaltaram Leonel Brizola, figura simbólica do PDT, criticaram o governo Bolsonaro e condenaram pautas de apoiadores do presidente como o armamentismo e a máxima “bandido bom é bandido morto”. “Bandido bom é bandido restaurado por Deus”, afirmou o pastor Alexandre Gonçalves, integrante do movimento Cristãos Trabalhistas. “Nós não votamos em mitos ungidos”, emendou.
Bolsonaro conta com amplo apoio entre os evangélicos, mas seus adversários na disputa eleitoral deste ano tem tentado conquistar o voto desse segmento da população. Nesta quinta-feira, 28, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também vai disputar o Planalto, disse que Bolsonaro é “fariseu” que usa o nome de Deus em vão. Na Bíblia, os fariseus são descritos como adversários de Jesus.
“Ele mente todo santo dia. Ele é uma pessoa que mente, inclusive, usando o nome de Deus em vão. Ele não é evangélico, ele não é católico, é um fariseu, que se utiliza da boa-fé de milhões de brasileiros evangélicos e católicos que votaram nele”, afirmou Lula, durante um ato da Rede, em Brasília.